CONFISSÕES
Caro amigo,
Tentei controlar as emoções, tentei agir com a razão mas não me contive e “desci a ladeira”. Fui disperso na hora de discutir e imaturo na hora de decidir.
Resolvi que estava livre e solto - e acreditei nisso – para fazer o que bem quisesse e fiz tal qual criança solta no parque, querendo todos os brinquedos, rolando na grama e correndo para lá e prá cá.
Esqueci do meu lado adulto e das minhas responsabilidades. Que tristeza!
O mundo infantil criado no parque estava, agora, sem alegria e em ruínas.
Onde está o meu amor? Ficou só e se foi.
Onde estão aqueles braços que me abraçavam e aqueles lábios que me recebiam? Distantes e frios.
Onde está aquele corpo, pequeno em tamanho, mas grande em calor e emoção? Solto por aí.
E aquela voz, meiga e calma? Hoje áspera e ríspida.
Caro amigo,
Tudo fiz pela metade. Amei pela metade, cuidei pela metade e até traí pela metade. Olhei e desejei, mas fiquei apenas nas palavras; não tomei e nem possuí, mas o preço estou pagando completo, sem desconto.
Ela foi minha por certo tempo, mas diante dos meus erros e deslizes, acabou se revoltando e todo meu castelo ruiu e se desfez como mágica. E todos os momentos felizes se transformaram em pó.
Caro amigo,
Tu tens a solução, eu sei, tens as respostas por isso, aguardo com ansiedade o meu julgamento.
Samuel Navegador
07/03/2013