Há um ano, fiz aqui um pedido, humilde solicitação, a uma determinada pessoa.
Na realidade melhor seria denominá-la de criatura, pois existe no meu entender uma significativa diferença entre os termos.
Passado, hoje , vemo-nos em outra quadra, em uma outra situação, totalmente diferente da inicial, bem diversa mesmo.
Indago-me neste momento quanto ao resultado de tal  requisição, sem nenhuma resposta ou mesmo sinal de que tenha sido recebida, percebida, sequer lida, talvez não tenha sido entendida, ou não tenha tido a capacidade de alcançar o cérebro ou o coração do receptáculo a quem era dirigida, simplesmente tal pode ter ocorrido.
Caracteriza-se assim, pergunto, uma total indiferença, leseira mesmo, arrogância, orgulho, preconceito ou simplesmente a visibilidade de uma plena falta de educação, um dos ítens, entre tantos, a qualificar e diferenciar as pessoas, as gentes, daquelas outras espécies, meramente criaturas?
Poderia eu ter entendido o silêncio apenas como um velado consentimento, replicando o que se costumeiramente diz em tais momentos, de que "quem cala, consente"?
Ou de que o correto seria uma resposta educada, de "sim" , ou de "não", com o seu devido embasamento ou justificativa, ou apenas um simples e solitário e único "não" ou "sim", precedido ou seguido , piedosamente, de, quem sabe, "mas", "contudo", "todavia", "no entanto"?
É, aqui estou eu na mesma, com a mente a pensar , repensar, replicar, tal como um mantra: ''Assim como são as pessoas são as criaturas".
Sabe, tenho minhas dúvidas!
Registrei tais linhas, fazer o quê, havia a necessidade disto, não poderia tolher tal ímpeto de escrever isto, um tanto quanto desnecessário neste momento, até pela questão de que o "leitmotiv" era outro, completamente diferente, mas tinha eu, como de costume, de seguir outros rumos,  tergiversar, como sempre, divagar um pouco o pensamento...
Mas o que originou tudo isto foi esta minha necessidade doentia de proceder a um retorno , uma viagem no tempo, a rever os precedentes escritos e analisá-los no tempo em que foram efetivamente registrados , o que os gerou, a situação àquela época, transpondo-os ao momento presente, e ao fazer esta releitura encontrar-me a chorar, copiosamente, ou a rir-me, desavergonhadamente,  das bobagens que perpretamos no decorrer de uma viagem, ao se pretender impressionar ou simplesmente conseguir algo que pensávamos, então, ser constituído de algum mínimo valor , mais uma vez repete-se  a incessante interpretação de "pessoas" e "criaturas", parece até que isto, pouco a pouco, está me conduzindo, eu mesmo, fria e paulatinamente, de uma classe a outra, logo eu.
Se o motivo era outro, logicamente o resultado a seguir e a surgir, não tivesse eu enveredado em outros meandros, era outro, bem outro.
Era a questão , falemos claro, da morte, desta incômoda companheira inseparável, que está mais para "criatura" do que para "pessoa", daí ser inadequado, totalmente, a designação de "companheira"  ( ah, agora ela entendeu, ou não?).
Pensava, eu, idiotamente, claro, como sempre, característica íntriseca minha de uns tempos para cá ( precisamente há mais de um ano , daí eu acreditar  ter sido algo adquirido por e  em algum contato mais próximo com "criaturas"  , algo que tentei até evitar, mas, contudo, todavia, no entanto, uns outros pensamentos levaram-me a não discernir naquela ocasião tão imenso perigo e com a mente embotada não fui capaz de guardar-me e reservar-me de tal ação estúpida...e assim aconteceu, agora tenho que suportar e administrar o que disto assim resultou) em como partimos por partes, desta para outra, no mais das vezes , afora e fora as situações "de repente", as demais pensa-se  de terem sido "de repente", contudo não foram, foram, sim, por partes, tal como ao nascer ( o ato - ou atos - , de per si, pode(m) até ser como tal (is))  considerados , mas a geração da vida, dá-se paulatinamente e em progressão geométrica, a partir de duas partes iniciais, em determinado intervalo de tempo, com a multiplicação de células e a especialização de tecidos e órgãos , a grosso modo, e a geração (sic) da morte, dá-se de modo inverso, talvez em maior espaço de tempo, inicia-se a partir de um determinado ponto - quem sabe um ponto de mutação (tao?) -  a partir daquele instante deflagra-se uma degeneração, lenta, de todo um processo, de órgãos, tecidos, células, ou de células, tecidos e órgãos, não sei ao certo ( Sou burro, lembram-se dos episódios anteriores? Da via láctea? Há aqui, a necessidade de um devido desconto...) , mas que importa tal ordem para quem vai morrer, que importa como , às vezes nem quando, muitas vezes  a  preocupação maior é com o "quantum" , nenhuma com "quanta".
De igual modo, acredito, o processo de "partindo por partes" , tem a sua aplicação em outras circunstâncias, não somente na questão de vida e morte no sentido físico do corpo, também em outros campos, quero dizer, achismo meu, que em diversas situações  - ou arrisco-me a proferir - em quase tudo aplica-se este nascer-morrer por partes, mas a consciência do surgir, do nascer é praticamente imperceptível, não nos damos conta dos diversos "nasceres"  (sic) que ocorrem em nós mesmos, parece-me que há uma ínfima maior capacidade de se identificar os diversos "morreres" (sic) , partindo por partes, notadamente no aspecto físico, mas pode-se fazer uma correlação para outros cenários, quem sabe nos aspectos morais, éticos, sentimentais e intelectuais.
Acredito já ter esgotado , agora , todo o meu quinhão de idiotices, diário ou mensal, não sei, a depender do volume de asneiras lançado por terra, melhor para mim e para os demais que eu me vá, que eu parta, não importa o modo ou o destino, chega, basta, por ora.
Melhor partir.
Mesmo partindo.
Partindo por partes!!!



Ou quase isto...







Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 12/03/2013
Reeditado em 19/03/2013
Código do texto: T4184021
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