O que poucos sabem

Há no amor um pouco de loucura. Muito de despreparo. Inexperiência, quem vai saber? Mesmo o indivíduo com uma alta rotatividade amorosa às vezes não sabe como agir. E por quê? Simples: nenhuma pessoa é igual a outra. Nenhuma forma de sentimento também o é. Hoje amamos - ou acreditamos amar - alguém. Mas e amanhã? Quem garante que esse sentimento, independente de qual seja, suportará o que estiver por vir? E, depois de terminado, ao reconhecer um novo amor, poderia ser dito que se amará mais ou menos do que antes se tenha amado? O amor e suas complexidades, não é mesmo? Há quem acredite que só amamos uma vez na vida. Há quem acredite que podemos amar várias vezes na vida. Mas e o "grande amor"? Quem se atreve a falar sobre ele? Ou melhor, quem já o encontrou? Ainda assim, para quem pode responder com um "eu" a cada uma dessas perguntas, vem uma ainda mais além: valeu a pena? O esforço, o tato, o cuidado, o carinho. Todo esse amor devotado e declarado? Muito complicado. O fato é que estamos cercados por inúmeros jovens que acreditam terem conhecido esse sentimento. Mas vendo que tantas relações hoje simplesmente são "jogadas no lixo", será que realmente há quem o conheça? O amor nada mais é do que nossa principal negociação de vida; aquela em que mais apostamos, em que mais corremos riscos, na qual mais podemos sair frustrados. Mas saber disso não basta, certo? Pode ser! O que ocorre é que, diferente de outras "negociações", não usamos a cabeça, não pensamos com a razão. É o coração quem comanda. E esse pode ser tolo, insensato, um tanto quanto débil. Mas não é cego. Ele pode até "não ver" muita coisa, mas sente tudo. E isso talvez seja o mais importante. O primordial para que não cometamos tantos erros simplesmente por acreditar que ele está certo, que nada mais importa. A vida é uma só. O amor também. Suas facetas é que precisam ser descobertas. E deixadas à mostra antes que seja tarde demais para alguém recomeçar.