O grito de independência

Conhecer você me transformou no monstro que você é. Tanto tempo se passou, tanto aconteceu e, ainda assim, continuo preso a esse passado que devo esquecer. E minha "monstruosidade" não é fazer com os outros, aquilo que você fez comigo. É, na verdade, não conseguir me libertar de mim mesmo. Dessa paranoia que se tornou amar você. Embora, por te conhecer tão bem - em sua visão melhor do que muitos - não me acostumar à ideia de que não há mais volta. Saber que as alternativas se acabaram, os caminhos se perderam, as promessas foram desfeitas. O que mais me tortura não é nem pensar que outros podem vir a fazer o mesmo que você um dia fez. Afinal, quando passamos por algo tão tenso e nebuloso assim, a impressão que fica é a de que nada pode ser pior. Meu medo mesmo é chegar o momento em que eu haja como você. Haja de acordo com o que me seja cômodo, conveniente naquele momento. E hoje tenho a certeza de que não existiu nenhum sentimento verdadeiro de sua parte. Foram mentiras, mentiras e mais mentiras. Um verdadeiro "mar de ilusões'. O bom é que não levei tanto tempo assim para me dar conta disso. E mesmo sabendo o que ainda hoje eu sinto; já não me vejo tão dependente de quem, na maior parte do tempo, só soube me fazer mal. Mas que no fim, ao fingir que não me conhece, ao querer acreditar que nada existiu, me ajudou a abrir os olhos. E caminhar rumo à liberdade que eu ainda espero - como um dia te esperei - ainda alcançarei. Custe o que custar. Sabendo que mais nada terá a minha felicidade como um alto preço a ser pago. Ninguém merece a felicidade de ninguém; a não ser que seja corresponsável por isso. O que sabemos muito bem, você pouco - ou quase nada - contribuiu para que acontecesse enquanto ainda fazia parte da minha vida.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 20/03/2013
Código do texto: T4199605
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