A espera do amanhã

Em pleno recomeço, inundo-me no desespero de um querer incontrolável.

Ver emoções jorrarem de corpos que não são meus, só me fazem imaginar o quanto seria péssimo a dor em desatino de ouvir tudo o que é desmedido. A alma pede abrigo, diz por si só que cansou do constante perigo, da falsidade disfarçada. A beleza dos abstratos é como o vento chocando com os orvalhos. A brisa leve tocando o rosto, angariando maneiras diferentes e simplórias para explicar o que não se consegue. O contrário é magnífico e surpreende-me a medida que ultrapassa os paradigmas da submissão.

A espera do amanhã é angustiante demais que chega a inquietar-me. Um amanha que abriga um sonho bem sonhado, um desejo bem desejado do fundo do coração, sempre espera para ser realizado.

Então compreendi, ao som do sentimento que simplesmente sonhar não me levaria a nenhum lugar. Os caminhos, quaisquer que sejam, são repletos de curvas, lombadas e pessoas que estão por voltar.

Sejam movidas pelo medo do simples fracassar ou pela busca de caminhos que nunca ousaram em cruzar.

Ao fechar os olhos sou capaz de imaginar cada detalhe do que se diz pertencer a quem dedico esta mensagem, por ser especial e fazer despertar um carinho gigantesco dentro de meu próprio ser. É um sentimento cujo momento se diz não entender o porquê e como há a possibilidade de nascer. É a estranheza de um sentimento perfeito por alguém que jamais ousei tocar. Que sonhava antes mesmo de brilhar. É um carinho que condiz com a realidade, mas não cabe no peito, por isso transborda pelo olhar e escorre pelos lábios carnudos, o qual lubrifica este sentimento profundo.

Um sentimento que vem da alma, e pede calma. Hoje, então, com motivos e sem razão, deu-me uma louca vontade de escrever. Escrever não sei o que, escrever não sei pra que, mas escrever simplesmente pra vocês! Jeito de homem proibido, olhar desenxabido, um sorriso encantador.

Uma paz devastadora que revoluciona tudo o que há dentro de mim.

Um pensar que não cessa. Ilusão ou não, de sonhar não me impeça. Essas noites mal dormidas reconhece a partida do sentimento que antes de existir já diz ser por quem está prometido desde que o destino nos encontrou.

E então o que estaria por me fazer assim? Seria uma paixão? NÃO! Desejo? Carinho? SIM, SIM! Pois, buscando a felicidade nos quatro cantos da cidade, o meu caminho é livre e o meu sorriso é claro. Em qual esquina eu viro isso não faz sentido, pois eu só quero o que não está por perto. Da minha vida sou protagonista e da canção posso ser a melodia. De você posso ser o sorriso mais doce, o olhar mais sincero.

Posso fazer parte de uma historia cujo escritor morre por amor e não revela. Posso ser tudo o que eu quiser. Talvez não faça sentido algum, mas a disparidade do ontem e do hoje simplesmente me acomete. Fico, pois, acorrentada a pensamentos que me compraziam. Talvez tantas palavras e tantas formas de demonstrar o meu carinho sejam realmente em vão. Mas eu digo convicta e confiante que o meu recado está sendo transmitido da melhor forma possível. Com medo talvez de passar por inconveniente, mas corro o risco pelo sentimento. Vale apena demonstrar tudo o que sinto.

Lilian Pagliuca
Enviado por Lilian Pagliuca em 24/05/2013
Código do texto: T4306635
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