Cartas à Caroline VII

Minha Carol!

Será que existe uma forma de gênese recíproca entre o momento em que vivi perto de ti e o resultado de minha vida? Explico-me, ainda em forma de pergunta: será que tu és a mulher da minha vida? Acreditar nisso, reluto. Não acreditar?! É impossível dada à presença onipresente que exerces sobre mim desde o dia em que te vi. Aquele momento ainda me oprime e me eleva.

Existe alguma coisa entre nós dois? Se há - o que há? Por que isso acontece? Alguma vez já te incomodastes com isso? Tal coisa já te deixou perturbada a ponto de perder o sono? Talvez não. Mas, a mim, sim. Não consigo deixar de tentar entender essa dependência absoluta àquele momento em que saíste do ocultamento da vida e mostra-te o seu rosto para mim.

O teu rosto é uma palavra que se dirige a mim. Os meus olhos ouviram a palavra proferida por teu rosto. Agora o meu coração anseia pelo diálogo. Quererá teu rosto dialogar com meus olhos? Terás o desejo de proferir um discurso sobre os meus olhos?

O seu rosto serve como fundamento de minhas ações. Tudo antes era anuviado pela duvida. O teu rosto, esse aparecimento divino de seu rosto, se converteu em fundamento de certeza inabalável. Nada pode remover esse fundamento.

Como posso fazer parte de sua vida? Aqui o meu questionamento se dirige para a minha impotência e para a minha fragilidade diante de ti, pois que, de sua parte não existe necessidade alguma, haja vista o seu total domínio sobre mim. Pensava possuir a beleza, ante a ti; é apenas fealdade; pensava possuir a inteligência, ante a ti, é ignorância; pensava ser a lealdade, ante a ti não passo de fingimento pueril. Se eu fosse à loucura serias à minha razão.

Dranem
Enviado por Dranem em 07/06/2013
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