Cartas à Caroline VIII
Minha Carol!
O que é a paixão? Por que estou apaixonado por ti?
Carol, já te ocorreu pensar na possibilidade de nunca ver o teu rosto? Já te ocorreu pensar o quanto seria estranho não poder conhecer-se? Não é horrendo isto - nunca se ver?
Sabemos que nos conhecemos porque nos utilizamos de espelho ou de qualquer superfície refletora mostrando-nos a nossa face. Podemos ter assim a certeza de que conhecemos o nosso rosto, de que conhecemos a nossa face.
Será assim também com a alma? Como vê-la? Como enxergá-la?
Tu és o espelho que reflete minha alma. No teu rosto consigo ver-me. Consigo ver a minha alma. Os teus olhos são luminares que direcionam o caminho para dentro de mim.
Eis o que penso ser paixão. Pensas assim também?