Saudade que não se explica

Hoje, bateu forte uma saudade. De ti, precisamente. Sabes que sou avesso a certas convenções, como os dias institucionalizados. Amanhã é o dos namorados. Terá sido essa, a causa? As mídias, no geral, a decoração das lojas, um conjunto de fatores e apelos não permitem a absoluta - e para mim tão desejável - alienação envolvendo a data.
Pode ter sido mera coincidência entre o brotar do sentimento e o dia. Coincidências acontecem, afinal. E não raramente. Mas o fato é que senti, sinto e sofro com a lembrança. Maltrata, dói, reflui por instantes para ressurgir, por vezes com mais força.
Procurei um motivo racional para o que está acontecendo. Não vou retornar ao divã do psicanalista em busca de uma explicação que me satisfaça e, sobretudo, amenize a angústia. Tolice, essa tendência que leva indivíduos à procura de explicações objetivas para os sentimentos. Eles existem, são percebidos, satisfazem ou incomodam, conforme sejam positivos ou não. Fazem parte do EU e... PRONTO! Fazendo uma analogia com o GOSTAR: nem sempre conseguimos uma justificativa razoável para o fato de ter afeto por uma pessoa, sentir apego por um objeto... GOSTAMOS, QUEREMOS e conversa acabada.
O mesmo processo deve ser aplicável à saudade. Tudo o que sei e posso dizer, queridinha, é que estava e estou com saudades de ti. Amanhã, não sei. Será outro dia - Ah! O DIA DOS NAMORADOS, Arrrrhhh - e Deus é quem sabe o que há de vir. Que venhas TU e NÃO a saudade...outra vez...
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 11/06/2013
Reeditado em 26/05/2014
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