Carta para Edina Bravo

Cara Edina Bravo, faço o possível, sempre que possível e muitas vezes faço quando nem me é possível, mesmo assim faço. Mas nada melhor que um pequeno conto para lhe dizer.

Certa vez peguei uma carona com um desconhecido caminhoneiro do Rio até Belo Horizonte e durante a viagem conversamos muito, ficamos amigos. Cinco anos depois voltei a BH e fui visitar o amigo. Chegando em sua casa o encontrei enfermo, pois havia sofrido um acidente com um caminhão de outro amigo dele, e estava com as duas pernas quebradas. Sua família estava a passar por dificuldades pois o amigo estava sem poder trabalhar, e pior, seu caminhão estava com as prestações atrasadas à três meses. Sem demora, subi no caminhão do amigo e fui fazer o seu trabalho. Saia de BH na segunda 4 da manhã, dirigia até o porto de Salvador, carregava o caminhão (uma carreta frigorífico) com 30 toneladas de peixe e voltava direto para BH. Uma viagem de 18 horas ida e volta, duas vezes por semana. Trabalho esse que se foram 6 meses até o amigo conseguir se restabelecer e voltar a dirigir o seu caminhão. Sai de BH deixando meu amigo e sua família muito bem. Isso se deu no ano de 1984. Voltei a BH para a festa de formatura da filha do meu amigo que se formou em medicina em 2004, e depois para o casamento da mesma moça em 2009, e todos os anos recebo cartões de felicitações no natal desta família. Esse pequeno conto deve responder sua pergunta.

Saudações

Charles Silva

CharlesSilva
Enviado por CharlesSilva em 23/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
Código do texto: T4400269
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