Depois do Amor

O depois é sempre a parte mais difícil de uma história que chegou ao fim. Ter de encarar aquilo que você tanto temia. Notar que a - até então - hipótese de não dar certo é a sua nova realidade; você se vendo sem armas pra continuar; insistir mais uma vez, tentar. Quem sabe? Existem duas reações comuns: congelar o coração temporariamente ou se deixar levar pelo sentimentalismo e carência, justificando então toda e qualquer aproximação para com outra pessoa; que acaba se tornando mais uma "simples" pessoa. E, quando você se dá conta, está envolto em dezenas de relacionamentos, alguns mal resolvidos, não há escapatória. Porém sem se entregar a nenhum deles. Por indecisão, medo. Ou mesmo amor. Aquele mesmo amor anterior que tanto te marcou. Então te julgam. Apontam como infiel, fácil, maleável, volúvel, autodestrutivo e todos os adjetivos cabíveis a quem se encontra em um "amor" em estágio terminal. Mas poucos sabem o que você passou para chegar até ali; bem como tudo o que sentiu e ainda sente. Em momentos de reflexão você se pergunta o porquê que algumas circunstâncias não saem conforme o planejado. Por que a pessoa que tanto ama prefere se tornar mais uma das perdidas nesse "mundo de amor". Claro que os relacionamentos têm sido injustos. Temos aqueles que amam, outros que gostam. Outros que se envolvem por pura conveniência e comodismo. E essa é uma equação que jamais terá seu resultado exato encontrado, uma vez que, quem ama e tem seu coração destroçado, subtrai de si a capacidade de confiar, de se deixar levar, de se permitir entregar-se a uma nova história. Por isso, pensemos bem. Uma, duas, três; mil vezes se assim se fizer necessário, antes de ferir o coração de alguém que acredita no amor. Por mais que esse alguém continue acreditando, a dor pode ser, apesar de disfarçada, eterna. E a cicatriz, inapagável.

TJ Torres e Edson Júnior
Enviado por TJ Torres em 31/07/2013
Reeditado em 31/07/2013
Código do texto: T4413953
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