Olha só, as vezes não sei o que te dizer. É algo que me toma de assalto e me consome por dias e horas, de uma forma tão descomunal que nem sei como mais falar com você. Já lhe prometi matar esse sentimento cego dentro de mim. Queria que fosse fácil assim, como escrever essas palavras. Por vezes não consigo, mais tudo acaba me consumindo, tudo. De uma forma tão absurda que a única coisa que eu queria era não ter te conhecido. É, tenho que ser sincera, desculpa. Mais era melhor nem ter acontecido.

Ter que sobreviver diariamente a investidas inocentes é complicado. Falo aqui de coração aberto, mais conviver com você tem me feito um bem imenso, mais tentar controlar o que meu coração quer gritar é algo homicida. Se você estivesse no meu lugar garanto que sofreria tão mais que eu. Depois de ter ouvido tudo que ouvi e ter me preocupado ao ponto de nem dormir por não saber se você chegaria vivo no outro dia.

Aqui exponho tudo, quem ler vai entender e ou até nem entenda. Tudo é apenas fictício, ninguém sabes quem tu és. De onde tu veio e para onde tu vais, que sabe? Nem eu vi. Nem ainda entendo com tu entrastes na minha vida de forma tão avassaladora que hoje precisas mais de mim como um ponto de equilíbrio ou um porto seguro.

Aprendi ser mais tua do que tu ser mais meu. Me dispor a tua necessidade de mim, como se meu querer ou existência de nunca valesse nada. Não sei, só sei que necessito fazer isso por ti, como se fosse uma missão a ser cumprida aqui na terra, por mais que não saiba até que dia viverei para conviver ao teu lado.

Um encontro que nunca existirá. Isso doí em mim a pensar, só por saber e lembrar das palavras ditas por mim, quando minha consciência deixou de existir. As vezes a gente fala certas verdades sem pensar e não sabe como o outro será canal de interlocução. Ser razão ou ser emoção tanto faz, mais o fato do não contato me deixa bem sensível. Somos palpáveis e necessitamos de pegar e saber se o outro existe e faz parte de nós. Mais isso não nos pertence e nem nunca nos pertencerás.

Que tu passes, cresça e um dia consiga andar com as próprias pernas. Não que seja uma canção de partida, mais quem sabe de despedida. Tua necessidade será o suficiente até aguentar viver sem mim e quando isso acontecer será o sinal de que minha missão foi cumprida na tua vida e que partirei. Não sei pra onde, não sei para que plano. Sou um ser que habita vidas mais se vai, não nasci para me prender nesse mundo ou a alguém. Pois há tantas vidas impregnadas em mim, que a partida é mais que uma opção, é uma certeza. 
Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 04/08/2013
Código do texto: T4419391
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.