Amor que sinto demais...
Somos livres, não precisamos de mentiras. Fazemos o que queremos e a prioridade consiste nas nossas escolhas. Perder a credibilidade é perder a honra e tornar-se o mais previsível dos homens. Principalmente quando se ignora os sentimentos.
O amor que sinto consiste na pureza, na espontaneidade natural dos que renunciam à superfície vaidosa, ao apelo da ânsia ou mesmo à imaturidade do medo. Amei-te profundamente sem ciúmes, mágoas ou desejos extremos. Amei levemente, sem farsas nem máscaras. Sem qualquer omissa cobrança. Porque me bastava amar na intensidade das nuvens e na profundeza do oceano. E por isso fui fiel, desde que nos conhecemos e entendi que o amava antes mesmo de te encontrar, de fato.
Quando estivemos envolvidos, em tua cama, chorei doce e silenciosamente pelo escuro da noite, reconhecendo o reencontro de nossos espíritos. Nunca te falei tantas coisas que precisava compartilhar! Simplesmente porque há um escudo que não permite o contato real, físico. Por isso escrevo, sem melancolia ou desapontamento. Naturalmente, pois necessito de palavras no silencioso esclarecimento das coisas, mas principalmente porque a única forma que me convém de chegar a ti é através da máquina. Existe amor nas grandes invenções, existe amor nas máquinas?
Acreditas em que Amor, para a mudança radical do mundo?
O amor que é voltado ao ego não é amor, é autoafirmação, fraqueza e ilusão. O amor em que não há verdade, não passa de uma imagem retratada, artificialmente bela, no quadro estático e distante. Sejamos livres e sinceros com nós mesmos, antes de tudo. A vaidade é uma arma e nenhuma arma pode fazer bem ao homem.
O amor me inunda inteira, e em todos os elementos nos encontro.