Cartas Para Madelyne: "Desalinho"

Quase inerte. Reluzente.

Sinto seu perfume, lembro seu gosto.

Gosto do que sinto.

A leve brisa tremula a seda dourada,

Eriça os pelos de seus braços,

Dá vontade de tocar.

Em seu seio leio tua respiração,

Longa e suave,

Que não condiz com as gotículas de suor em teu corpo.

Ou serão gotas de orvalho em uma pétala?

Seus olhos fechados ocultam sua alma,

O emaranhado de seus cabelos confundem.

Sua boca, tingida em violeta mostra onde procurar.

As curvas em sua barriga,

Que findam no redemoinho de seu umbigo,

Que agora está coberto por dois dos teus dedos,

Com pontas esmeralda.

Dá vontade de roubar.

Feixes de Aurora rasgam a janela,

E riscam teu corpo como flechas de fogo,

Dando cores irreais a moldura surreal,

Dando mais teor a meu sofrimento.

Dá vontade de morder.

Paciência...

Suas pernas se contraem, as narinas se dilatam,

O peito se enche de vida, teu corpo relaxa...seus olhos se abrem.

Agora sim...

“-Bom dia...”

Tito Carvalho
Enviado por Tito Carvalho em 18/09/2013
Código do texto: T4487811
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