LILIA

Aos amigos e amigas do Recanto, que me derem a honra de sua leitura:

A carta que hoje publico é a despedida de alguém que, por pequeno espaço de tempo, fêz parte de minha família, e, esta semana falecida, deixou-nos uma grande saudade.

LILIA

Hoje, disseram-me que partiste. Meu coração atônito, partido em mil pedaços, me pede para chamá-la de minha filha, embora nunca tivesse tido a pretensão de me comparar aos teus pais maravilhosos, que muito cedo aprendemos a estimar, com todas as forças de nossos corações.

As palavras que hoje te dirijo deveriam ter sido ditas antes de tua partida, mas não o fiz. Sabe-se lá por que? Quem sabe, foi porque a vida não me deu tempo. Porque era tão bom conviver contigo! Porque a felicidade que trazias para dentro de nosso lar era tão grande, que não era necessário dizer-te nada. Certamente, vias em nós a alegria de ter-te conosco. Tua presença nos bastava. A felicidade não é feita por palavras; palavras o vento leva, o amor sim, se constrói no dia a dia, sedimentado numa convivência de felicidade que nos reuniu, infelizmente, num tempo tão curto, mas maravilhoso como foi a felicidade de ter-te conhecido.

O caminho que Deus traçou para ti, cruzou num dia, a trilha que Ele reservou para Dorinha, para mim e para nossos filhos. Ambos, por pouco tempo, se fundiram e passamos a conviver numa estrada larga e plena de felicidade, por entre as flores que ias, carinhosamente, plantando as suas margens e que refletiam a alegria que brotava de tua face.

Deixaste em nós marcas profundas que o tempo não foi capaz de apagar, por isto, hoje, escrevo para ti estas palavras, que brotam de um coração amargurado, em meio às lágrimas que não sou capaz de evitar.

Perdoe-me por dizer-te tão tarde o que foste para nós.

Sei que estás em paz, ao lado de Deus, mas saiba que apesar da saudade que deixaste, ficou a marca indelével do que foste para nós: um presente de Deus.

Certamente, onde estás o sol brilha com mais intensidade, pois é pra lá que foste.

Deixaste a saudade, mas ficou, para nos consolar, a felicidade de tê-la conhecido.

Para que possamos entender tua partida, devemos acreditar que um dia ainda nos veremos e viveremos para sempre: na eternidade.

Dorinha, Siqueira e filhos.

Brasília, 10 de abril de 2007

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grande saudade.

Jsiqueira
Enviado por Jsiqueira em 19/04/2007
Código do texto: T456313