Queridas,

Um homem não é de pau, quando fica de pau feito...

Acho que tenho de procurar outro começo, começo...

À terceira é de vez, Era uma vez... um texto que li e com o qual aprendi que o destino da prosa se prende com a glosa expressa ou, discreta, mais ou menos secreta, emersa nas palavras, ela só se deixa equacionar seguindo um enredo que, nem sempre cedo, acaba por ceder quando nos dá um sentido.

Nesta parte, um aparte à parte: a direcção, na prosa não costuma variar nem ser sobrecarregada de rupturas, é da esquerda para a direita, evoluindo de cima para baixo indo do inicio até ao fim com um ritmo marcado por sinais de pontuação.

Também pode acontecer estarem omissos os sinais de pontuação e a frase desenvolver-se serpenteante sem com isso por em causa a leitura embora as referências dadas pela pontuação sejam importantes a sua ausência não inviabiliza uma frase que se eterniza sem a necessidade de pausas onde o mamífero escritor vem respirar à superfície o que acaba por nos dizer que ele resolveu usar o escafandro autónomo respirando o ar das garrafas ou mantendo-se em apeneia, como foi até o caso nesta frase. Acontece é ser mais fácil perdermo-nos na leitura...

A glosa substantivo gerou o verbo glosar, se por definição a temos como sendo «...», para a equação substantivo que estamos a equacionar como verbo: andamos à procura da ideia, aquilo que este texto é e nos dá como estando nele presente, o que é que... nele (se) sente?

Um homem não é de pau, fiquei de pau feito...

Procurando outro começo, começo...

Recomecei de novo para voltar onde queria ir, Era uma vez...

Vamos lá ao texto que li, “Mais belo que Camões? para Najah” está na escrivaninha da Rosa. Temos pois uma amiga dedicando à amiga um texto, qual é a glosa que nele se goza? Um homem mais belo que Camões? Pois é, um texto, quando começa, começa do começo. Para que o começo não seja um desconhecimento completo, temos sempre elementos prévios ao mesmo: a língua nele usada, o suporte onde está escrito, a escrita utilizada e, quando não apócrifo, o nome de quem o escreveu, ajudas importantes utilizadas para ir exportando o que me importa.

Eu resolvi dizer a duas amigas que aqui conheci como, a partir do texto duma delas, quis escrever também eu, a pretexto do dito, este outro onde fica dito como me são queridas. Aproveitando para aprontar... o sus_pense!

Um homem de pau feito está armado, pode ser em parvo, em árvore ou apenas a quebrar o galho da escrita, esgalhando uma carta que aqui vai ficar como prova de afeição e afecto afeito às musas e tusas Lusas exportadas... pró Brasil! O pau-brasil, uma raiz baril para dar nome a uma nação! Coisa de tugas, que nome deram à sua maior ilha atlântica no segundo arquipélago que descobriram?

Dou algum tempo para poderem pensar que ilha será e logo lhes ocorrerá o nome, quando o descobrirem fica justificado o começo e dará para justificar o recomeço e ficará explicado o fim coincidente com o Fim que já não está longe e não necessitarei escrever, pois me tenho ficado por uma inicial como assinatura.

Não é por acaso pois, como gosto de repetir, gosto de ter casos e casar... a leitura com a escrita o que quer dizer que o autor faz parte da escrita mas, neste caso, não quer vir antes dela. Sendo eu o personagem que se escreve autor, até o autor acabar de escrever o personagem.

Vamos lá ver se já se lembraram de qual é a maior ilha atlântica portuguesa, descoberta depois de ter sido descoberto o arquipélago das ilhas Canárias? Pois é, depois de andarem a olhar para pássaros, talvez a pensar em pássaras os tugas descobriram... a Madeira!

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Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 28/08/2005
Reeditado em 28/08/2005
Código do texto: T45755