Uma carta que nunca lhe enviarei

Sábado 21 de abril de 2007

Nem sei se terei coragem de enviá-lo essas meras palavras.

E com toda essa tecnologia, acredito ter me esquecido como escrever uma carta de amor, ou melhor dizendo, um e-mail de amor...

Longos dias tem sido estes!!!

Pensamentos absurdos, idéias transloucadas, essa lembrança contínua de seu rosto tem me tirado do sério.

Por que me olhas e não me ve?

Nem sei se hoje era o melhor dia para falar dos meus sentimentos, mas ja é madrugada, e sua imagem continua perseguindo meus sonhos.

E apesar de ter tido um dia cansativo, sinto meu corpo buscando o seu, mesmo que apenas em pensamento.

Passei o dia reclamando de tudo, arranjos fora do lugar, um amigo ou outro que não age como você espera, e mesmo assim me habita esse sentimento sublime.

Algo que reaviva meu corpo mesmo nos momentos nostalgicos.

Eu juro que as vezes posso sentir você... Engraçado que sempre critiquei essas palavras de adoração, essas palavras de necessidade que os apaixonados costumam trocar.

E agora, aqui estou, expondo minha necessidade de você, expondo minha adoração por essa imagem serena que me passas.

Eu tenho tanto medo... Mas medo de que?

De fracassar?

Talvez meu maior fracasso seja esconder-me por traz dessas palavras cheia de frescura, palavras falando de um amor que talvez nem seja amor...

Palavras tórridas que ferem minha alma, porque preferia nem ter motivo pra aqui estar, falando como uma simplória adolescente apaixonada.

Imagino que você não deva estar entendendo nada não é mesmo, e quer saber a verdade?

Nem eu mesma estou...

Triste é isso, deixo-me levar por esses sentimentos de momento, por essa vontade louca de dizer ao mundo o que sinto.

Sei que amanhã me arrependerei por essas palavras, mas esse é meu sentimento, isso é o que sou.

Isso tudo pode ser ignorado por você, pode ser que essas palavras jamais sejam lidas, que você apenas as deixe em meio a e-mails que não lê, e que depois esse sentimentalismo todo va direto para seu lixo eletronico... Mas quem sabes leia, quem sabe apesar dos pesares, sinta no fundo da sua alma que esse amor é real, que apesar de platonico, é o que tem me feito mulher.

Voce é o que eu idealizo como o “garoto perfeito” . Sei que estou errada, você pode não ser nada do que eu penso, na verdade você é algo que nunca vou saber ou entender e, por isso, tenho esse sentimento que me faz escrever.

Não sei o que pensará dessa coisa de cartas que nunca são enviadas, já te escrevi várias, se essa chegar até seus olhos é porque será a ultima.

Escrevo pois não consigo falar. Tenho frases engasgadas no peito que minha caneta alivia. Encontrei uma fuga desesperada nessas teclas q imitam o contato com o papel.

Essa aqui é a garota que ainda sonha com o principe encantado, essa aqui é a garota que espera por você mesmo sabendo que você nunca vai chegar, essa aqui é a garota que esta dizendo palavras que nem ela mesma entende, que esta desabafando como se a tela desse computador fosse um analista louco pra entender seus problemas, essa aqui é a garota que sabe que você ja tem uma outra boca pra beijar, outros braços pra se aconchegar, outros ouvidos pra sussurrar "eu te amo", outro corpo pra fazer de abrigo, essa aqui é a garota que nunca vai admitir que chorou escrevendo essas palavras, afinal ela é durona demais pra isso, e mesmo assim essa aqui é a garota que morreria pra que você nunca soubesse quem ela é, e viveria pra privar-te de saber que dentro daquele coração aparentemente vázio, ela ja se tornou sua garota.

Um dia quem sabe...

me desculpe pela infantilidade do anonimato, e perdoe-me mais ainda por esses sentimentos que sem querer cultivei por você..

Tão lindo, tão distante

funérea
Enviado por funérea em 22/04/2007
Código do texto: T459493