Era uma vez nosso amor

E ele era lindo, todas as madrugadas que subi a colina estava lá por entre fumaças e sem camisa me esperando, descalço com certeza... homem simples e literalmente de pés no chão.

Meu amor era simples, culto e completamente apaixonado, seus olhos tinham um ar de mistério e vivacidade que tanto me intrigavam quanto me enlouqueciam.

Por mim o mundo poderia acabar a qualquer momento, nada lá fora me importava, mesmo que fosse declarada guerra no país e as mais diversas armas estivessem sendo usadas, isso não me abalaria em nada, nadinha! Eu estava num lugar que não era meu, mas me fazia muito bem, estava num lugar sem luxo algum, mas era o meu palácio, ele não era meu mas me fazia um bem enorme, sem fim e completamente sem fim.

O meu amor ardia com tanta força no peito que me fazia até mal, ficava angustiada por não poder adivinhar os pensamentos dele e nem poder forçar o mundo a fazer o que eu queria na hora que eu estava com vontade e ter que esperar que as coisas chegassem no lugar era de mais para minha cabeça e toda aquela necessidade por ter que ser paciente quando você quer mais é colocar fogo no mundo e gritar na cara das pessoas todas as suas verdades... no fundo eu penso que só queria viver, nada além de viver.

Talvez, você não entenda hoje o que é assumir a linha diplomática da vida, mesmo contrariando suas vontades e talvez entenda menos ainda quando se é sagitariana. Muitos me condenam por quem sabe aparentar ser tão causadora de mil problemas, mas dizer para uma sagitariana conter suas vontades é o mesmo que tentar engarrafar um tsunami, não nasci para viver na platéia, me enlouquece pensar em pessoas que se agarram em dogmas e mil normas para que se viva uma vida de orgulho, de repente você ainda não compreender que isso aqui é uma linha, onde chegará o fim e isso para todos sem qualquer fuga a regra, esteja certo.

E no meio de todo este amor, mil tempestades nos pegaram bem naquele fim da tarde de verão, onde tudo que menos se imaginava eram os trovões riscando os céus que até então era somente paz e tranquilidade, vencemos muitas destas tempestades, cada uma a seu tempo claro! Sempre o tempo estabelecendo sua razão, eita que sapequito ele é!

Mas foi num dia de mais puro esplendor que as profundas entranhas da terra fizeram vir a tona todo a maldição dos deuses de séculos, junto a ela toda a tempestade nunca antes vista na terra dos enamorados, ao que toda esta fúria vinha composta de um amor negro e mau. O dia tornou-se treva e onde reinava a paz hoje é de todos o maior cenário do holocausto, o que foi feito daquele amor não se sabe ainda e o talvez paira forte no ar.

Subir a colina é algo inevitável, pois o que o holocausto vitimou jamais renascerá, mas evidenciou muitas outras certezas, trouxe a tona muitas mensagens subliminares, esclareceu muitos olhares perdidos, muitas ausências, trouxe uma negatividade tão grande que não pode ser aceita e foi deixada lá do lado de fora, quando a porta se abriu só as cinzas foram vistas e todo o grandioso fantasma do fim já havia se dissipado por entre as montanhas e subiu a colina por entre fumaças bizarras.

As vezes é preciso que se viva um dia de sofrimento para que se abra uma vida de felicidade, amar não é um fardo é uma escolha, meu amor está no mesmo lugar, agora mais limpo, mais forte e amadurecido.

Já amou? Então me entende perfeitamente...rs