Com amor, seu desamor.

Oi, sabe.. Queria dizer algo mas sem coragem e sem ensejo, apenas te escrevo..

A minha alegria está na simplicidade em sorrir quando você me pergunta como eu estou. Está em cada resposta que recebo, em cada palavra que profere ou em cada noite que te vejo. Minha felicidade é objetiva da tua subjetividade. Preciso do teu gostar para te fazer feliz e para te agradar, por mais que isso já não aconteça mais.

Sei que todos os meus pensamentos estão no passado, pois sei que sempre existirá um amor atrasado, que ainda demora para ir embora. Que se esconde por onde pode e se enrola. Aquele que bate como ódio, se mostra como tristeza, dói como a saudade, mas no âmago és apenas amor. Isso é diário: amar e desamar, a arte de acreditar que não existe mais sentimentos sendo que eles nunca existiram ou ainda estão ali, guardados na angustia para si.

Homens... Mulheres... Já diziam que para separar depois que se enrolam, um sempre levará consigo pedaços do outro. Uns maiores, outros menores, mas faltará algo e ninguém preencherá aquele vazio, porque ele pertence ao que se foi e que talvez nunca mais volte. O gostoso é o reencontro, é o ouvir aquela voz antiga que te trás nostalgia e te faz dormir. É o momento em que sente que aquele pedaço perdido foi achado, mas sabe que não o terá novamente, pois já possui um novo dono ou existe um preço que o dinheiro não paga, muito alto para pagar.

Mas você sabe que estou falando dos bons amores, das épocas felizes e gostosas de viver, e não dos ditos que são malditos males, terremotos dentro de nós. Deles não quero lembrar e já até esqueci. Os expulsei de mim. Não sei como é no teu interior, mas para mim você foi minha época deleitosa, o sol de verão bem no meio do inverno! O que da gosto de lembrar e admirar. Uma etapa que eu tive que passar e apreciar, para hoje querer renunciar tudo, por você.

Porém sei, meu admirável amigo, que não o terei mais, e o período que tivemos voltarão a mim em apenas sonhos e contos. Te sentirei novamente, pois toda vez que fecho os olhos e lembro dos nossos dias, sinto suas mãos em mim, mas não o tocarei porque nada se compara a sua pele e sentir o vento já não me basta, ser só é assim.

Meu anseio é cultivar o pequeno pedaço que está em ti e em mim e o tornar árvore. Apenas vontade. Tu és minha metade.

Em pedaços, seu desamor.