Fumaça Italiana

Eu deveria tá dormindo, mas meus dias andam tão malucos, tão sem nexo pra mim, que dormir é tão perda de tempo, ao menos nas minhas madrugadas.

Eramos duas pessoas, cada uma no seu canto, do nada por um acaso cibernético, (mais um na minha vida) elas se juntaram... Um olhar, bastou um olhar pra que o desejo no outro aflora-se, o desejado já tinha sentido ondas quando chegou do lado, mas nada vez, nessa onda de vibrações, desejos, olhares, as duas pessoas se tornaram uma só.

Um suor só, um gosto só, uma onda só.

Os seus mundos foram se juntando, até que do nada, se expeliram, quase da mesma forma que se juntaram.

E qual virou música, e quase fez paixão, mas o quase parou por ae, na cama eram almas amantes que sabiam aonde acertar, quase não ouve erro nesse jogo, podiam não saber conversar, mas entre sussurros, espasmos, contrações e gemidos eram quase perfeitos.

Drogados ou não, gozavam. Se aticavam, se provocaram e o que parecia que não teria fim por agora, nesse curto espaço, parece que teve.

Eu me sinto estranha.

É um querer, não querer.

Será que é o querer que me carece de querer? Ou o carece que precisa de querer?

Não sei, só sei que gostaria de estar no quarto verde de espelho provocativo, ouvindo meus sons arranhados sendo reproduzidos.

Letícia Chaves
Enviado por Letícia Chaves em 30/04/2014
Código do texto: T4788335
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