VIOLÊNCIA, CONIVÊNCIA E ACOMODAÇÃO!

Três palavras muito conhecidas de todos nós! Até quando ficaremos a mercê de bandidos de todos os níveis sociais? A violência atingiu níveis alarmantes em várias capitais do país, mas como nasci e moro até hoje em Pernambuco, vou falar sobre a violência local.

Segunda-feira houve um protesto em Boa Viagem, gerando um engarrafamento enorme, pela morte de duas jovens de uma favela chamada “entra apulso”. O local, pelo nome, não é o mais recomendável. Tem famílias de bem, mas é um dos focos de marginais do Recife. Essas jovens morreram porque um motorista embriagado esmagou-as numa árvore, quando trafegava em alta velocidade na Avenida Domingos Ferreira. Ano passado, um amigo do meu filho foi morto na porta do seu prédio, quando foi assaltado por um menor de uma favela do centro da cidade, que atirou a queima roupa. Menores estão assaltando e matando cada vez mais.

Dentro dos carros, virou moda ter o celular do bandido. Na carteira, levamos os R$ 5,00 para o ladrão. Os turistas são orientados quando nos visitarem (o Brasil) pelas agencias de turismo do seu país levarem R$ 50,00 na carteira para os bandidos. Você não pode mais usufruir nada de bom que custou o suor do seu rosto, do meu rosto, porque os bandidos estão à espreita, para atacar, roubar e matar qualquer um que tiver a desdita de cruzar seus caminhos. Não agüento mais isso! Aliás, deixei de dirigir carro, pois decidi que se estiver sozinha, e for abordada, passo por cima de qualquer bandido. Não vou morrer sozinha, leve o que estiver comigo. Como não sou criminosa, tenho o temor de Deus, prefiro andar de ônibus e a pé. Não existe local seguro, não dá para confiar em ninguém! Todos ao meu redor são bandidos em potencial. Isso é paranóia, mas eu sou fruto de uma sociedade paranóica, doente, e esvaziada de valores morais e espirituais. Estamos perdidos?

Por falar em ônibus, eles estão aquém das necessidades dos habitantes. Falta respeito. Os ônibus estão, na maior parte do tempo, lotados. Há um desserviço, pois quanto mais cara a passagem, pior o transporte. Aliás, a população da periferia paga mais caro, e tem um transporte insuficiente para a quantidade de moradores.

O centro da cidade, principalmente a Avenida Conde da Boa Vista é palco de pivetes agirem impunemente. São marginais em potencial. Aprenderam o oficio: sabem roubar, sabem correr, e como sabem! Sabem matar e estão se aperfeiçoando cada vez mais. Passam por nós, cheirando cola, e ninguém faz nada. Aproximam-se de nós dizendo: tia me dá um trocado, e já vão atacando. Se você ou eu dermos uns solavancos neles, num instante, aparece a polícia, o juizado de menores, e todos os órgãos sociais para protegerem essas pobres vitimas da sociedade.

Devemos nos unir e fazer um projeto de lei, com tantas assinaturas seja possível recolher, para mudar a constituição, mudar a lei. Bandido é bandido em qualquer idade. Deve-se responsabiliza-los pelos seus atos. As ruas, as favelas, os guetos marginais, as penitenciárias são poderosas escolas para preparar os marginais do futuro e conferir grau de doutorado com louvor aos que já estão na profissão. Ou então, vamos institucionalizar o roubo, a malandragem, etc. Claro! A periferia maltratada e marginalizada prepara seus futuros moradores, hoje mirins, para aprender o oficio da bandidagem, da malandragem. Matar não resolve, tem que acabar com as escolas do crime.

O conselho tutelar tem que ser mais rigoroso, a FEBEM deve passar por uma reestruturação radical, pois lá também é uma escola de marginais. Os pais de crianças que vivem na rua pedindo esmolas têm que ser chamados a justiça, serem responsabilizados pelos crimes dos seus filhos. Eles não são os responsáveis por sua guarda? Sejam responsáveis pelos desmandos dos seus filhos também!

Sou contra o aborto, sou a favor do planejamento familiar. Famílias que ganham salário mínimo, não deveriam ter o direito de ter nenhum filho. Radical! Eu acho! Mas como alguém, quem acha não sabe de nada! Mas continuo achando que os programas de bolsa escola, bolsa família, vale gás e o que mais estão fazendo mesmo é criando a escola de fazer mendigos. Essa atitude assistencialista deve ter vida curta, e ser substituída por uma educação integral, inclusiva, transformadora.

Por falar em mendicância, ando diariamente de ônibus, e é ai que os pedintes entram. O discurso é o mesmo: “senhoras e senhores... venho pedir um auxilio, 5 centavos, 10 centavos, vale transporte, qualquer ajuda serve, eu não sou marginal...” Se for criança diz isso e acrescentar, “preciso levar alguma coisa pra casa, meu pai ta desempregado”. Se for adulto diz: “estou desempregado, deixei dois filhos com fome em casa”. A impressão que dá, é que o professor mendigo é carioca, ou daquelas bandas, pois ainda vem com sotaque. Tem uns que falam cantando.

Não duvido que eles tenham deixado alguém com fome, que esteja desempregado, etc., mas tem uma escola de fabricar mendigos no Recife. E, quando eles entram no ônibus com um violão, um triângulo, ou qualquer instrumento, para cantar e receber uns trocados. Andar nos ônibus virou um tormento auditivo. Andar nos ônibus é uma atividade de risco. O marginal, agora entra no ônibus, paga sua passagem e senta junto de qualquer indivíduo, e diz baixinho, “isso é um assalto, passa o celular, não precisa ter pressa, temos até o terminal para você me entregar”, na maior cara de pau.

Mas, vamos falar dos bandidos graúdos. Bandido é bandido e ponto final! Bandido tem que trabalhar duro, plantar pra comer, quebrar pedra, fazer estradas, cozinhar o que come, e ainda por cima, estudar de noite, que é pra não ter tempo de maquinar o mal. Tem que ficar isolado se for de alta periculosidade. Para todos os presos nada de visita intima. Falar com filhos, mulher, amigos, advogado, por trás de um vidro, por telefone, e ainda por cima ter sua conversa gravada.

Bandidos perigosos, que estão na mídia, têm seus nomes citados em várias reportagens, quando vão mudar de presídio, etc. Isso é notoriedade!. Bandido perigoso tem que ficar no esquecimento. Gente de bem não tem vez na imprensa, pelas coisas boas que faz, pelo bom cidadão que é, mas bandido só vive na mídia. Não se trata de esconder da população, mas o individuo precisa se sentir isolado, de que perdeu o seu lugar no bonde da história do crime, que perdeu a voz de comando, que ninguém do meio do crime lembra que ele vale mais nada. Bandido deve usar uma argola no pé, para que a polícia saiba onde ele está quando for solto pela condicional.

A policia precisa ser treinada, seu contingente reavaliado, seus salários de boa qualidade. Seu equipamento ser de última geração, suas instalações adequadas. Policial precisa ser respeitado como ser humano, não como máquina de matar bandido, respeitado pelo trabalho importante que faz que é salvaguarda cidadãos de bem, e a si mesmo. De uma moral ilibada, bem como todos os seus superiores.

As fianças para bandidos deveriam ser altíssimas, de acordo com o que o individuo ganha. A família do bandido não tem que ser sustentada pelo Estado quando ele está preso. A família do bandido precisa de ajuda para mudar o estilo de vida, não de medidas paliativas, assistencialistas. Bandidos de colarinho branco, que tem muito dinheiro, devem sofrer as mesmas retaliações que os bandidos menos afortunados. Crime é crime, bandido é bandido.

A quem devemos responsabilizar, processar quando somos aviltados no direito de ir e vir? Claro que os detentores do poder! Será que isso só ocorrerá quando a violência invadir a casa, o carro, o celular, ou ceifar a vida de algum familiar dos detentores do poder? E a população que paga impostos altíssimos, que luta para viver, que se arrisca na rua, nos ônibus e em qualquer lugar da cidade, pois não anda de carro blindado, ou de helicóptero, ou com uma escolta policial? Precisamos de respostas, precisamos de ações concretas, precisamos punição, cadeia, pena de morte se todos os recursos forem esgotados para bandidos perigosos, e ou indivíduos que resolvem tirar a vida de outrem, por considerá-la descartável.

Levantem-se, protestem, exijam! Basta de impunidade, basta de complacência, basta de conivência.

Cristina Nóbrega.

Cidadã de bem, cumpridora dos seus deveres cívicos, pagadora de impostos, e acima de tudo, cristã.