CARTA ABERTA AO POETA "SEU PEDRO", ESCRITOR PROFISSIONAL
Com todo respeito Vivi, mas temos nós, que nos aventuramos a dizer que somos escritores e poetas, nos voltarmos para o que é poema, poesia, ou prosa poétia. Poesia requer rima e compasso, não é só dividor frase soltas em tamanhinhos estéticos e selecionar poesia. Como mensage, como prosa, se texto está bom, mas não é poesia. A unica rima encontrada, e deve etr sido ao acaso, é: "... do que vivem. / Falam. / E sorriem..." Voce tem potencial, vai Vivi, tenta! Abraços da Bahia.... (Seu Pedro)(sic) - Comentário sobre o poema "Os que falam de amor" (http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=490833)
E quem lhe disse que sou poeta?
Sou mais uma desvairada,
solta no mundo,
uma coitada
em coito contínuo
com o acaso.
Talvez haja alguma poesia
em alguns escritos,
mas, se houver,
é por puro acaso.
Não sei o que fazer com a rima,
muito menos com o compasso.
Passo sem versos esdrúxulos,
rio dos alexandrinos, pois
o que me importa é o grito.
Se é feio ou bonito,
importa se o grito
vai ser escutado.
E, quanto a metrificar,
quem sou eu para lutar
com as palavras?
Elas livres voam
e saltam as cercas
e fogem da prisão do verso.
Não escrevo profissionalmente,
não tenho distintivos,
não tenho galardões:
cuspo as palavras,
às vezes com ternura,
às vezes com raiva.
E sei, ô glória!,
que tenho muito a aprender.
Tenho muito o que ver,
ouvir,
sentir.
Quando deixar de ser
turista existencial,
comprarei uma cova
no Cemitério dos Esquecidos.
E lá deitarei
minha carcaça cansada.
Enquanto não me derruba
o cansaço,
vou seguindo a estrada
entre a treva absoluta
e as réstias de luz.