ARAÇATUBA, 28 de setembro de 2014.

Prezados senhores quase desconhecidos (as),

É INTERESSANTE o número de cartas que recebi nestes últimos dias. Apresentaram-se, outros apenas questionaram – logo, tenho por obrigação de apresentar-me e, seguidamente, responder.

SOU um senhor que gosto de escrever muito – escrevo todos os dias algumas linhas, um dia mais, outro menos, mas escrevo. Professor por ofício, jornalista por gosto, escritor de carteirinha por diversão.

NAS cartas que recebi, os ‘desconhecidos (as)’ falavam de muitas coisas, como adolescência, relacionamento, família, escola, livros, fé, esperança, felicidade, sonhos, devaneios, divagações, política, impostos, empregos, mudança de cidade, futebol, natureza (queimadas; animais – urso polar; não desperdiçar água), achados e perdidos, comida típica brasileira, lutar na vida, o mundo é uma loucura, até davam conselhos e citações – queriam conversar. Uma citação que gostei foi que não devemos correr atrás das borboletas...

LOGO, tenho por obrigação responder a todos. Atender a todos individualmente não é fácil, mas de certa forma, falarei um pouquinho de cada coisa – assim, falarei da carta de cada um. Se alguém não for atendido, escreva-me e terei o prazer de responder de forma mais direta.

POR OFÍCIO, como disse, vou começar pela Literatura: recebi um questionamento sobre os livros. E dizia assim: Amor de perdição, O lado bom da vida, Harry Potter, Dom Casmurro – qual o mais lido? SINCERAMENTE: não sei dizer, mas gosto muito de Dom Casmurro – é um enigma e tanto, não pelo fato de ter havido ou não a traição, mas pela eterna dúvida que causa. A pior coisa que existe no ser humano chama-se dúvida... Pense nesta questão.

AGORA, meu caro quase desconhecido, falarei de forma sequencial que postei conforme ia lendo as cartas e anotando. E o primeiro será o processo da adolescência – que fase, não? De certa forma é maravilhosa, mas ao mesmo tempo cheia de cobrança por parte dos que são chamados de adultos. É uma fase de mudança corporal, intelectual e, de certa forma, o jovem não sabe onde, nem como se colocar. Mas, com toda certeza, é uma fase que deve ser encarada com naturalidade, responsabilidade e procurar fazer as escolhas certas.

O RELACIONAMENTO é algo a se pensar. Partindo do relacionamento familiar, na comunidade, na igreja... O relacionamento com o outro – com o sexo oposto – tudo isso exige respeito. Tudo é legal a partir do respeito mútuo. Lembrando sempre que o outro também tem suas opiniões e estas devem ser repeitadas.

QUANTO À escola, revelo: faz exatamente (deixa pra lá os anos...) muitos anos que vou a ela e dela tentarei não me apartar. Já faz parte do meu ser. Foi a minha escolha e, sinceramente, sinto falta do burburinho escandaloso que está acontecendo nos últimos anos quando estou em período de férias. Escola é algo que temos que ter – aliás, escolaridade.

OS TERMOS fé e esperança são itens que o ser humano não pode deixar pelo caminho. Perdê-los jamais! A fé remove montanhas. Temos que ter esperança em dias melhores, mas para tê-los temos que plantar hoje. A felicidade pode ser o resultado de tudo, mas temos que estar atentos aos nossos atos.

SONHOS, devaneios, divagações – tudo junto e misturado é o que sempre fazemos. Sonhamos sempre – e ainda bem que temos esta condição. Às vezes em nossos devaneios falamos coisas torpes, mas temos que lembrar que, apesar de ser um membro pequeno e frágil, é um dos mais fortes que temos – a língua: cuide bem dela! Divagações – somos ou não somos filósofos? Eu penso que sim. E, somado a tudo isso, coloco uma palavra: imaginação! Ainda bem que temos! Ainda bem que usamos...

POLÍTICA – estamos em fase eleitoral. Não estou aqui para falar de candidatos, mas temos que ter a noção que votar é algo em nosso país obrigatório, por isso a escolha se faz necessário. E sejamos práticos: fazemos política e não politicagem. Como sempre ouvi falar e afirmo – todo momento fazemos política, mesmo dizendo que não gostam de política, já estão fazendo política: o ato de não gostar de política já é uma política. Política é escolha. E digo que gosto muito de política.

QUANTO AOS impostos – no Brasil – é algo altíssimo. O que falar? Deixar de pagar... Não é a situação correta, mas bem que poderiam mudar algumas leis para que o povo pudesse viver melhor.

EMPREGO – cada um busca o que lhe é melhor. Muitos reclamam do trabalho que exercem, mas não buscam melhorias. Sei que emprego está difícil – e quem o tem, deve conservá-lo. Mas, lá vai um conselho: não se acomode. Progrida.

AS MUDANÇAS são necessárias – e às vezes é necessário mudar de casa, de cidade, de estado. Se as mudanças forem para melhor, por que não arriscar? A vida é isso – busca de melhores condições. Deus deu ao homem sabedoria. Exerça-a.

FUTEBOL é algo complicado. Cada um tem o seu time. Eu, por exemplo, torço para o Verdão – e neste momento está em péssimas condições. Sobre a Copa do Mundo tenho minhas opiniões: por uma lado foi bom, empregos e relacionamentos; por outro lado, podia-se também empregar a verba em outras partes. Pensando bem: há verbas para fazer muitas coisas, o que precisa é ser bem aplicada. Como sempre digo: por que fazer, por exemplo, uma boa Educação? Povo inteligente – pra gente baixa no poder – é perigoso. Povo inteligente derruba maus governantes.

JÁ EM SE pensando em natureza – muito há a se fazer. Melhor, muito a pensar sobre como não fazer mal ao lugar que vivemos. Preservar é a palavra. Evitar extinção. Evitar desperdícios de água... Aliás, saber todos sabem, mas poucos conservam o meio em que vivem.

ACHEI ENGRAÇADO que há leitores preocupados com os achados e perdidos. Animais perdidos, coisas perdidas, felicidade perdida. Por onde começar? Simples: achou? Conclame ao mundo e aparecerá o dono.

O brasileiro é um bom vivente. Gosta de boa comida – a típica comida brasileira: arroz e feijão – quer melhor que isso? Eu, por exemplo, sou um típico brasileiro: gosto muito do arroz e feijão, somado a uma saladinha, um ovo, e – por último, a carne.

SOMOS BRASILEIROS, lutamos, não desistimos nunca! Desistir é para os fracos! Somos, com certeza, fortes em Deus, nosso Senhor. Lutamos, batalhamos e vencemos. ‘Ao vencedor as batatas.’

COMO LI em determinada carta: o mundo é uma loucura! Creio que deve ser sim, mas para quem se acha louco – ou para quem se acha normal? É uma questão de visão de mundo. Para este ser que escreve estas linhas, o mundo não é totalmente uma loucura, melhor: não é uma loucura – mas quem o faz parecer uma loucura são os humanos. Então, a loucura só existe para quem se passa por louco!

AFINAL, até conselhos emitiram. Mas esqueceram de um velho ditado: se conselho fosse bom, não seria dado, mas vendido. É de se pensar – e muito! Logo percebi que queriam conversar – e não importava com quem. Apenas queriam expor as suas ideias...

CREIO QUE, aos poucos, estão começando a perceber que vivem equipados tecnologicamente, mas estão solitários entre a multidão. Você já pensou nesta frase?

POIS BEM, espero em breve poder receber a sua próxima carta e um parecer seu sobre o parágrafo anterior. No demais, um forte abraço. Se cuide hoje e sempre!

SEU AMIGO quase desconhecido,

Prof. Pedro César Alves

responda-me > aallcceeppee@terra.com.br

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Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 28/09/2014
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