Felizes as criaturas que têm sonhos para sonhar e por eles navegamom sem cessar, porque nelas está a possibilidade de uma sociedade melhor.
     Entro de “fininho” nesta narrativa e, metaforicamente, dizendo vou, sobre fundamentos para quem se propõe a remar por águas nunca antes navegadas.
   Afora os primeiros instantes de perplexidade, diante da escolha de Projetos de Sociedade tão diferentes para o mesmo povo e pelo mesmo povo e, simultaneamente, aplaudindo o fortalecimento da democracia, misturam-se sensações, no mínimo, às avessas em mim.
     Por outro lado, baixadas as águas borbulhantes de outubro, é tempo de reflexão e de se permitir flexibilidade de sentimentos e atitudes, mirando outros faróis, novos sinais para clarear a navegação em noites minguantes, ou talvez, crescentes... Por que, não?... Para, ainda assim, vislumbrarmos outros amanheceres.
   Depois de viver na pele tantos paradoxos, percebo movimentos determinantes para se fazer ou não, o percurso dos navegantes. Há que se revestir de coragem para enfrentar a insegurança do balanço corporal, ao pisar, pela primeira vez, no interior do barco; reequilibrar-se e, por conseguinte, segurar com firmeza o remo, para tocar levemente a superfície da água e num ritmo sem igual, conduzir a embarcação até o canal do rio e aí, remando... Remando... Vai desvendando os mistérios da arte de navegar.
     Não tem outro jeito, é remando que se faz o navegador e, tão somente ele, verá os raios desafiantes do sol, pairando sobre as águas da vida de quem tem sonhos para realizar e nunca desiste de navegar, mesmo em águas desconhecidas.
     É imprescindível viver a vida e ser feliz ao longo do caminho das embarcações, porque o desejo da chegada poderá ser transformado por outras vivências na travessia, abrindo uma boa margem de erros ou acertos na realização dos sonhos, tanto para cima, quanto para baixo do nível da água boa para o povo sonhador beber.
     Ou então, de colete salva-vidas, à margem... Com medo de ser feliz... Ficará a observar os movimentos de idas e vindas de barcos e barqueiros... Sem nada fazer, sem nada viver, sem sonhos para navegar!
     Navegar, salva vidas!