"Perdoe-me, mas eu já te esqueci!"
Parece estranho perdi-me perdão, quando num momento
passado o maior pecado era estarmos diante de uma grande incógnita:
o nosso futuro.
Nosso tão almejado futuro chegou, sem perspectivas de que
volte a ser o passado brilhante que foi. Vou levando minha vida,
tentando renascer a cada minuto. Quanto à você, perdoe-me, mas
isso já não cabe a mim. Coube, num momento passado, quando eu
ainda era parte de você.
Como pode o reverso ser tão cruel? Como pode o afável tornar-
se ríspido? Como pode tantas diferenças tornarem-se irrelevantes
diante de uma dolorosa e dramática separação. Mas, a distância que
existe entre nós, não é somente espacial, ela transcede ao material, é
muito mais do que espiritual. Fomos colocados um diante do outro
para valorizarmos nossas diferenças!
Meu coração anda adormecido e machucado, não sei quanto
tempo levará até que eu o tire do congelador. São seqüelas deixadas
pelo passado, que nem bem tornou-se perfeito.
Se bem que ando por demais melancólica, e desta receio ter
produzido bons textos, outros nem tão interessantes, mas são
leituras. Pelo menos esta desilusão serviu para algo: inspiração.
Perdoe-me, mais uma vez... minha palavra pode ser trabalhada
e até mesmo barroca, mas enfatizada num tom não muito amigável é
muito mais do que uma resposta.