Ao meu país. (Oeiras-Pa)

Belém, 30 de Dezembro de 2014.

Ao meu país. (Oeiras-Pa)

Eu não ia falar nada. Mas minha tia hoje não pode “atender” o telefone; motivo? Estava carregando água para suprir suas necessidades. E nas palavras de minha tia coloquei-me a pensar: “E agora meu filho esse é o homem que você apoiou”, “cadê o Lucas? o crítico, o filho do velho Andrade”. É, por isso que com uma dor muito grande no coração é que “sou brigado” a descrever essa carta.

Primeiro eu peço perdão a todos do meu “país” (Oeiras), pois sou inteiramente culpado dessa calamidade (desgraça pública) que hoje a minha cidade se encontra. É com lágrimas que confesso que por oito anos da minha vida (antes mesmo de ter o direito a voto) apoiei o que hoje é uma farsa que me traz tanta vergonha (é uma condição psicológica e uma forma de controle político, judicial e social, consistindo de ideias, estados emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou consciência de desonra).

Lembro-me que na época da política eu escrevi uma nota falando “mau” da gestão passado (o ex - prefeito) e uma jovem advogada comentou a nota dando-me apoio, o seu pai “obrigou-a” remover o comentário, eu achei aquilo uma atitude vergonhosa para um ser que tem o telencéfalo altamente desenvolvido.

Vergonhoso também está sendo as atitudes de quem me fez sair pedindo voto, de quem me fez enfrentar sol é chuva dizendo em porta, em porta: “Confie nele”, “ele vai fazer o melhor pela nossa cidade”.

Desesperadamente eu peço desculpa ao meu povo, não vou dizer que errei por ser jovem. Não! Eu também fui enganado, apresentaram-me um grande projeto que não foi cumprido.

Estou mais de um ano longe de Oeiras, com muita saudade. Mas infelizmente carrego comigo também um sentimento de culpa e de remorso. Desculpa Oeiras! desse mal eu também sou culpado, sou um dos mais de 7 mil que acreditaram em falsas promessas e que saíram nas ruas de branco no dia do resultado da eleição. Naquela noite eu também gritava: “estou de branco por quê? Ai vem uma nova era”. Como quem acredita no salvador, nós acreditávamos no homem que hoje nos envergonha. Eu peço anistia aos Oeirense não julgam-me pelo meu erro.

Se pra mim está sendo triste como deve está sendo para minha igreja? Se todos estão sentindo o que eu estou! é vergonhoso ter um “Zaul” como membro da nossa casa ( Zaul é um rei escolhido por Deus que se afastou de Deus).

Não adianta convencer a minha mãe (que é amiga de todos) ou a minha família, a me “obriga” excluir essa lamentação do mural da minha desgraça e se eu fizer isso (excluir) estarei me auto tachando de Judas Iscariotes (o assassino da verdade).

Eu não pedi nada para sair de porta em porta, ou melhor, eu pedi sim, uma boa administração. Nessa perspectiva, para a minha tristeza: 25 quilômetros de asfalto, água potável, um prédio para a Universidade Federal do Pará e vida digna para o povo do meu “país” (Oeiras). Infelizmente (é com profunda tristeza que digo essas palavras) não está sendo a realidade de quem dizia que iria ser o “herói” de Oeiras.

Meu querido o importante não é vencer e sim o que fazer da vitória depois que vence. Você envergonhou seu próprio nome e o meu também.

Espero que 2015 seja um ano revolucionário e melhor que 2014, é o que o meu povo merece.

Lamentosamente, meus nobres sentimentos,

Lucas Belém Tavares.