Já é janeiro

Em mais uma noite solitária, como tantas outras que teimam em se suceder, eis que a saudade resolve se metamorfosear em palavras. Encorajada pelas singelas lembranças de outrora, ela confidencia a dor que se adita ao amor e quase a faz enlouquecer. A primeira lhe destrói a alma. O segundo a regenera. E, assim, eles se alternam há dias.

Dor e amor. Vocábulos poeticamente harmônicos e semanticamente antagônicos. Sentimentos que se misturam. Dor que ama. Amor que dói. Dor, por não tê-la nesta noite. Amor, por tê-la em tantas outras. Amor, porque já é janeiro. Dor, porque você ainda não chegou.

A noite se adianta. Já é quase madrugada. E eu, ainda estou aqui, pensando em você, assim como faço repetidamente. Mas hoje, a saudade não me deixou pensar sozinho. Ela fez questão de propagar quanta falta você me faz!

Já é janeiro, meu bem. Vem! Não demora. Já é hora de viajar! Com você, sempre vai ser janeiro. O mês inteiro será hora de amar. E mesmo que você não venha, minha linda, ainda vai ser janeiro, ainda vou te esperar.

Thalita Gaspar
Enviado por Thalita Gaspar em 15/01/2015
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