PERDÃO E LIBERTAÇÃO -= Carta 142

PERDÃO E LIBERTAÇÃO (carta 142)

Uma leitora do centro do país expõe uma situação dramática

sobre mágoas e problemas ocorridos no passado.

Obrigado por sua carta e pela confiança de se abrir comigo e revelar seus segredos. Seu desabafo revela uma alma em conflito, uma pessoa em busca de uma solução para questões tão dramáticas: “O que eu faço? Me ajude, pelo amor de Deus”). Com a bênção de Deus vamos tentar equacionar algumas pistas que possam ajudá-la.

Seus problemas parecem estar localizados em fatos ocorridos em seu passado, eventos esses geradores de uma mágoa que a deprime e escraviza: “vivo presa a uma mágoa do passado há 26 anos”. As mágoas da vida tem a capacidade de agir contra nós, elas poluem nossa alma e envenenam nosso coração impedindo a oxigenação do

espírito. A mágoa, como uma ação maligna, nos puxa para baixo e nos sufoca.

Quando a mágoa nos assalta é preciso que nos libertemos dela. Ela não pode nos vencer; temos que enfrentá-la, avaliar nossas deficiências, revendo nossos pontos fortes, que vão nos ajudar a virar essa batalha a nosso favor. A libertação ocorre a partir do perdão. Sem perdão as mágoas vão estar sempre nos assombrando, como fantasmas que teimam em não nos abandonar. Muitas coisas demoram a acontecer em nossa vida, mas se pedirmos a Deus sua graça, as coisas logo vão entrar no seu lugar.

Em um determinado ponto de sua carta, se lê uma afirmação dramática: “nunca consegui me perdoar por isso. Fui tão estúpida, tão idiota tão covarde e nunca mais vivi plenamente a minha vida”. Talvez esteja aí a chave de seus males: você não consegue perdoar aos que lhe fizeram mal, nem a você. A disposição ao perdão vai acarretar a você a libertação que lhe faz falta. Você está presa a esses aspectos negativos e só perdoando você vai obter a libertação para uma vida mais plena.

Para chegar à libertação sugerida, você precisa elaborar uma ampla atitude de perdão já referida aqui, além de deixar de se diminuir. Você tem muitos valores e não pode se depreciar como está acontecendo. É você mesma que afirma: “na posição de vítima tenho vivido todos esses anos”. Esse “fazer-se de vítima” num exagerado ato de auto piedade. Deixe de lado essa visão crítica de você mesma. Erros e falhas todos têm na vida. É preciso, buscando não repeti-las, passar por cima desses desvios.

Viver ruminando nossas falhas nunca vai ajudar a superá-las; mantendo os erros diante de nós, nunca vamos seguir em frente. Libertar-se é, portanto, rever a causa do erro e tocar em frente. Para superar o erro perdoe a você mesma e àqueles que a fizeram sofrer, Você não pode viver nesse temor, insegura, com medo de novas quedas. Ore a Deus com fé e insistência. Ele vai ajudá-la a vencer os desafios.

Essa dependência aos erros do seu passado, que funciona como um legítimo cativeiro, além de diminuir sua autoestima, cria um clima de culpa que a leva a somatizar seus problemas, que de mentais se tornam físicos. A confirmação disto está em sua frase: “Hoje sofro de artrose dos quadris e nem consigo andar”. Sua dor e limitação física tem origem, por certo, na relação com seu problema psicológico. A cabeça comanda nosso corpo. Alivie a cabeça e seu corpo vai sarar. Perdoe (principalmente a você), liberte-se e a cura virá como consequência desse novo comportamento.

Um abraço,