Olhe-me

Mesmo quando estou em meio à multidões, começo a pensar em você. Pena que o que eu vejo, é que não está sendo recíproco. Antes você vinha até mim e dizia estar com saudades, agora você vem até mim e me fala sobre coisas do trabalho. Não sei mais se você ainda é a pessoa com quem compartilhei sentimentos tão profundos que nem eu mesma gostava de colocá-los para fora. Não sei mais se você ainda é a pessoa que me fez criar coragem e enfrentar meus medos que há anos me assombravam. Sei que foi tudo muito rápido para você, e até meio assustador, mas isso não é motivo para que se afaste de mim, pois isso, mesmo que não vejas, acaba me ferindo.

Você estava sendo uma pessoa que me fazia bem, muito bem, você costumava ser a pessoa que busquei por muito tempo. Porém agora está se mostrando diferente, espera, não, você não está mais se mostrando para mim, como fez há algum tempo atrás, como quando nos conhecemos. Agora me responda: Você estava apenas atrás de alguém a quem desabafar? Pelas angústias que você vinha passando também? E agora que está tudo bem você pretende continuar sendo o que você era antes de me conhecer?

Espero que eu esteja enganada e que você volte a me abraçar como antes, a falar de coisas que não sejam trabalho, que não sejam do mundo. Espero que voltes para mim, que não busque apenas um refúgio, pois ainda estou aqui, esperando... Não sei por quanto tempo, mas ainda estou aqui. Aguardando que me olhe de outra forma, não apenas com os olhos, mas com o coração.

Ana Meireles
Enviado por Ana Meireles em 11/06/2015
Código do texto: T5273372
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.