CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

Ibirité, 11 de junho de 2015.

Senhor secretário,

Muito obrigado por comparecer à nossa escola. É muito importante que haja proximidade entre essa instituição e seus gestores. A conversa informal com alguns professores foi muito salutar. É importante que se conheça o funcionário que tem acesso ao executivo e a responsabilidade de zelar pelo sucesso de um setor essencial como a educação. Durante o bate papo de hoje, descobrimos que há algo em comum entre professores e secretário: A noção do quanto é importante ter como foco do nosso trabalho o aluno.

Os professores têm, além da noção, atitudes que priorizam sempre o interesse e a necessidade do aluno. Permanecem na profissão, apesar de todo o menosprezo consciente que recebem do Estado, e do menosprezo inconsciente recebido de alunos e família. Sujeitam-se a salários minguados, improvisam recursos pedagógicos, fazem jornadas duplas e até triplas.

Resta poder contar não só com o discurso do senhor: de que o foco da escola deve ser o aluno, mas com atitudes - por parte do executivo - que demonstrem essa ideologia. Assim sendo, pedimos ao senhor que leve à prefeitura o nosso ( do senhor também, não é?) pedido para que tome as seguintes ATITUDES:

Preencher todos os cargos com funcionários CONCURSADOS. O professor concursado permanece mais tempo na escola, cria vínculos com os alunos e a comunidade, motiva-se e interessa-se mais.

Pagar salários bons o suficiente para atrair trabalhadores mais eficientes para as escolas.

Oferecer benefícios aos docentes que mantenham a frequência, que invistam no aprimoramento profissional e que propiciem ao aluno um resultado efetivo no aprendizado.

Permitir aos professores tempo e condições de interagirem, discutir e planejar atividades interdisciplinares, bem como para discutirem estratégias pedagógicas a serem aplicadas.

Zelar para que a autoestima dos profissionais esteja sempre alta. Uma boa maneira é demonstrando respeito pelos professores e pelo sindicato que escolheram para representá-los.

Cumprir as obrigações do município, tais como: garantir o livro didático em quantidade suficiente para todos os alunos. Hoje, os livros não são levados por eles e, nas trocas de aulas, professores e alunos saem carregando os poucos exemplares à disposição. O dever de casa, com o uso do livro didático, não existe e faz muita falta.

Fazer com que os recursos destinados à educação sejam usados apenas nesse setor, sem desvios.

Assim, Sr. Secretário, com mais atitudes e menos discursos estaremos, de fato, colocando o foco e os recursos no aluno.

Caso tenha tido a boa vontade de ler esta carta na íntegra, desejamos ao senhor sucesso nesse objetivo.

Cordialmente,

Professor