Naufrágio

Eu disse que um dia escreveria sobre o fim... nosso fim. Desta vez o que mais desejava era estar errada. Do fundo mais puro do meu coração acreditei que nunca esse amor proibido iria acabar, que poderíamos viver nesta odisseia de erros e paixão. E que paixão! Até seus cabelos são da cor mais bela que o fogo do amor poderia ter, acendendo em mim a chama do desejo por você e até seus olhos por mais escuros que sejam, mostram o bom que é viver e olhar para um mundo com você. Um mundo repleto de pessoas e sensações e de todas a que mais me atrai é a de ter você em mim, suada, abraça, dormindo, como num sonho em que quero hibernar.

Eu te amo e isto é tão grande que se apoderou de todo meu ser, já nem sei mais quem sou e como é sentir amor, toda hora, todo dia, só sinto você.

Me pergunte o que quiser, me perdoe se puder, mas não consigo fugir deste medo que nos traga para um céu azul sem nada, ao contrario do meu eu, que docemente se enche em saber que a tenho, mas se quebra tão facilmente quando a vê escorregando para um ralo imundo de carinhos de uns cachos perdidos. Minha banheira estava cheia e vejo, vindo em minha direção, quem segura o pino que esvazia minha vida. Este buraco te leva para longe, não adianta freiar, não adianta correr, esta corrida eu já perdi. Vai, vai, vai.

Ei, garota! Meus pensamentos se envolveram em um único nome, um único ser. Meu coração bate no ritmo das músicas que te gravaram em mim, feito tatuagem gravada em seu corpo nu, meu preferido.

Eu ouço a melodia do seu pranto enquanto vejo o seu barco zarpando do meu cais e sumindo no horizonte das curvas de outrém. E eu? Naufraguei.

Com todo amor arrependido do mundo,

Uma ruiva falsa.

Sâmia Chay
Enviado por Sâmia Chay em 13/07/2015
Código do texto: T5309014
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