Amado meu

Amado meu, você que sempre reclama das minhas tristezas, das minhas desesperanças, e das minhas palavras confusas, talvez não entendas que tudo isso depende de ti, que tudo em mim espera por ti, que meu viver anseia em ti, e que o meu sonhar necessita do teu sorriso.

Quem sabe, eu sei, sei o que esperas de mim, que eu sempre sorria, afinal, somos felizes. Somos? Afinal temos um ao outro. Como?

Li em algum lugar que existem diferentes tipos de amor. Amores e amores, quem sabe desamores, dessabores, jardins sem flores. Li ainda em outro lugar que quando amamos nos tornamos seres impensantes. Será que o fato de pensar tanto, em tantas coisas impeça que eu lhe ame com todas as minhas forças? Duvidas então do meu amor?

Amado meu, as minhas tristezas, desesperanças e até as palavras confusas são todas vindouras da possibilidade de jamais ter- lhe por perto, de jamais poder ver seu rosto iluminado pelos raios do sol nascente, de jamais poder tocar sua pele iluminada pelo brilho do luar, do medo de dormir e acordar e viver sempre a esperança do dia em que o verei chegar para ficar em definitivo.

Peço- lhe então, não reclame, não busque entender, apenas pegue o primeiro trem e venha, garanto- lhe que assim como ao amanhecer e ao cair de todas as tardes estarei na estação a lhe esperar, e em meus braços levarei aquele abraço que aqui guardado não me serve, mas que mesmo assim o guardei, só para te dar.

Sempre sua...

Helena Pessoa
Enviado por Helena Pessoa em 03/08/2015
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