TIMOR

Ali estava, diante de um achado, sempre seguro e muito espontâneo. Para mim, só uma mulher como qualquer outra; com vontades, segredos, amor, fascinada pelo novo e uma ardente vontade de ser feita feliz. Nada poderia ser diferente, em se tratando de uma pessoa do sexo feminino, só não sabia qual seria o desenrolar da história naquele momento. Nada era propício, o ambiente totalmente desapropriado, eu a trabalho ela em missão humanitária. Não sou de discordar das pessoas, simplesmente concordo com todos, assim não só economizo energia como também não me estresso.

Acredito que se trate de uma fada bruxa do amor, depois de escutá-la por algum tempo, pego-me de conversa com ela, a conversa não estava sendo conduzida e se estivesse posso afirma que ela é muito boa em manipular as pessoas,como toda mulher sempre extraordinária em algo. Logo falou que eu era meio maluquinho, não entendi o que ela queria dizer com meio maluquinho, contudo o que realmente chamou minha atenção foi seu jeito diferente de ser, sinceramente; diferente de tudo que já havia desbravado no universo feminino. Em minha cabeça um pergunta era dominante, por qual motivo um ser fantástico como ela estava em uma prosa tão mágica e envolvente com um cara cujo nome não sabia.

Conversa descontraída e saudável, falou-me sobre seu passado, familiares e desejos futuros, só não pude acreditar quando ela revelou não ter interesse em prole, a vida dela é ótima e isso não iria fazer diferença, fiquei sem palavras e meu mundo caiu naquele momento, acreditava que toda mulher ser o desejo pessoal de toda a mulher, depois de alguns segundos me recompôs e estava interessado em saber se ela era real. Passei a vê-la de uma forma diferente, não sei se sentia medo ou admiração, estava ao lado de algo que jamais vou poder descrever na essência de sua existência.

Sutil e delicada, com ideias dentro dos princípios morais e éticos, e ao mesmo tempo mais homem que eu em seus desejos. Estranho conversar com uma menina mulher tão delicada, e certa que jamais estaria ao lado de um homem que não esteja disposto a se dor por completo, e o mais importante, ela não se ver obrigada viver ao lado de algum homem para agradar pessoas cujos padrões de vida não passem de uma grande mentira. Cada minuto que passava me sentia mais confuso e novas perguntas surgiam. Não me falou que queria ser feliz, queria alguém capaz de fazê-la feliz, não me falou que queria isso ou aquilo, somente alguém capaz de dar as costas ao mundo por a felicidade dela, alguém que se sacrifique por ela como Jesus Cristo fez pela humanidade.

O encantamento durou quatro horas, não sou mais aquele rapaz seguro, sentia-me uma criança; assustado, confuso e sem saber o caminho de casa. Ela se mostra em um estado de felicidade momentâneo, talvez tenha preenchido uma lacuna em sua vida, ela tem desejo de me ver novamente e ter me dado o número do seu telefone foi o sinal. Não aceitei o número, falei que depois pegaria assumir essa postura por medo, medo de me apaixonar pelo desconhecido, medo de não poder resistir àquela energia que me atraísse, medo que ela não tenha sido sincera como eu fui com ela, despedi-me com um simples aperto de mãos e a certeza que não lhe procuraria.

Itamar Teixeira
Enviado por Itamar Teixeira em 06/09/2015
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