Para minha própria alma...

Quanto vale saber que já não significamos nada para alguém que ainda faz a saudade doer?

E aquelas lembranças que já nem mais sabemos se são boas ou malditas?

Palavra dura?

Duro é saber que nada ficou...

Nenhuma porcaria de música, nenhuma poesia arcaica, romântica, cheia de rimas inúteis, nenhuma fotografia, nenhuma imagem trabalhada, nada!

Duro é saber que consigo, levou a facilidade que se tinha para acreditar na existência do amor.

E se foi assim...

Sumindo, sem dizer nada, sem um gesto, obsceno que fosse...

Assim, como se nunca tivesse entrado em minha vida, vasculhado minhas entranhas, lambido minha alma e reconhecido nela todos os sabores...

Como se não tivesse ensinado nada, dito nada, feito nada, plantado nem regado nada...

Eu?

Eu também me calei, esperei, calei, esperei, calei, esperei, até que cansei!

Descansemos então...

Não é a primeira vez que recolho o pó que de mim sobrou para jogar embaixo do tapete,

mas eu juro,

com toda certeza , eu juro,

SERÁ A ÚLTIMA!

2.002

Silvana Cervantes
Enviado por Silvana Cervantes em 27/06/2007
Código do texto: T542469