CARTA PARA AMÉLIA

Vida minha:

“Amada Amélia escrevo-te em nome do meu amor inconcluso devido ao oceano entre nós, em nome desta vontade de estar com a graça e beleza da sua pessoa única e muito me aprazível. Reforço que te amo como um louco-sensato, uma confusa antítese, que agita as paredes tectônicas deste coração apaixonado e a espera do dia do regresso.

Morro de saudades do teu riso, canto de mil sóis e do toque celestial do teu corpo primaveril, do qual, meu próprio corpo é satélite, relembro colérico e inebriado dos ocasos em que líamos seus poemas preferidos no jardim e que acabavam impreterivelmente em sua cama já à noitinha onde trocávamos carícias e juras de um amor poético; e por que não dizer profético, pois creio eu, que sempre estivemos destinados um ao outro. Somos um estigma de amor, uma marca indelével no tempo dos amantes.

Hoje, a distância imposta pelo destino, maligna, porém necessária, nos impede de estarmos diariamente juntos, porém voltarei a tua ternura Amélia, aos seus olhos de estrelas que são a base lógica de mim, o centro deste eu, um cosmo completo que não se compara a nenhum outro, o centro gravitacional desta alma que pouco queima, sem sol, sem tua inestimável presença amada minha. Sou grato escravo deste desenfreado sentimento sem sigilo ou pudor que infla este peito e todas as fibras e células deste confesso amante que lhe fala através destas palavras saídas de um sincero e sofrente coração.

Sabes bem que sou teu, inegavelmente teu, meu céu, amor meu. Conto os dias, as horas para lhe reencontrar (sorte dos deuses que a têm), para voltar ao melhor de mim, que é você; eu te amo razão do meu viver pleno e eterno.

Chego em breve; feche os olhos e num sussurro dos anjos estarei de volta; por inteiro seu, Amélia, ao teu lado é o lugar, ao qual, pertenço e de onde não devo jamais sair outra vez.”

Carta em sinal de devoção, promessa, compromisso e respeitável amor.

Do sempre seu:

Alberto Pennaforte.