R. S. S. D.

Estou começando a perceber que não quero mais te amar. Não houve entre nós quase nada para amar. O que tivemos nunca foi saudável... só uma tentativa de controle minha sendo recebida como uma tentativa de controle sua.

Vivemos momentos bons juntos, é inegável. Se lembra de quando dançamos na rua? Me senti tão seguro e confortável nos teus braços. Pareceu tão inegavelmente certo, como tudo entre nós naquele início, já te falei sobre isso.

Você era quente e novo, interessante e diferente. Prendeu minha atenção e me deu prazer, felicidade até. Não só quando estava me tocando. Suas palavras me entretinham, e em nossos últimos encontros sua presença me deixava à flor da pele.

Mas você nunca deixou de falar nos antigos. Eu nunca deixei de falar nos atuais. De uma maneira ou de outra sempre tivemos medo de nos envolver e de levar a fundo qualquer coisa que sentíamos.

Eu tentei. Acho que você tentou também.

Entendo os seus medos, compartilho de muitos deles. Penso em ti todos os dias e sinto falta do seu toque gentil e firme, da sua facilidade em aceitar minhas loucuras, da minha facilidade em ser indulgente para com tuas manias.

Sei que teríamos sido felizes juntos. Quando nos beijamos naquela sala de pé direito baixo, quando você meio até mim naquela sexta (e naquele sábado), quando dançamos na rua ao som de uma música latina... acho que fomos. Acho que poderíamos ter amado aquele nós.

"In one way or another I've always suffered. I didn't know why exactly. But I do know that I'm not so scared of suffering now. I hope he knows that I can see that he suffers too. And that I [wanted] to love him".

Aquarius
Enviado por Aquarius em 18/12/2015
Reeditado em 18/12/2015
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