UMA CARTA PARA O EU FUTURO

Teresópolis, 23 de dezembro de 2015

Prezado Campista,

Espero que esta carta o receba com saúde, senso do ridículo e humor! Aqui na nossa Terra Brasilis só mesmo com humor! Já há imposto para uso do ar que respiramos ou pelas palavras que pensamos? Espero que ainda seja possível sonhar...

Escrevo esta carta para você, meu caro eu futuro! Escrevo com esperança e já com saudade. Afinal, os segundos já gastos e pensados nesta carta agora fazem parte do passado! E isso é muito confuso e espantoso! O começo desta carta também já é por si só um passado recente para quem escreve! Mas é melhor deixar isso pra lá!

Escrevo deste meu tempo para que, daqui a alguns anos, possa refletir sobre o próprio tempo que usei e soube (pretendo eu) gastar! Por que não há nada mais caro que o tempo! É... você há de concordar comigo!

Não tem preço o tempo de um sorriso, o tempo de um beijo, o longo tempo de um abraço apertado e esperado... Assim como não tem preço o tempo das conversas entre pais e filhos e filhos e pais.

Não tem preço o tempo das brincadeiras e risadas. Não tem preço o tempo em que ficamos contemplando o céu e as estrelas! Não tem preço o tempo de ver e sentir o mar! Não tem preço o tempo em que ficamos sentados de pernas pro ar, pensando mil coisas e mil coisas a planejar!

Não tem preço o tempo das coisas.

Não podemos e nunca poderemos pagar esse preço incalculável do tempo. O tempo, meu caro cronista, é único para cada um de nós!

Espero que, quando reler esta carta, possa dizer que usei bem esse presente chamado tempo! E quando lembrar do meu filho (nosso filho), já homem, saber que olhei de fato para ele quando criança... E o percebi crescer!!!

Tempo, tempo, tempo... O grande dilema grego, na verdade, é o grande dilema de todos! O que fazer com o tempo? O que esperar do tempo? Dar tempo ao tempo? Jogar com o tempo? Sempre o tempo, sempre a vida!

O certo é que esta carta fique como um registro de um tempo em que eu imaginei, sofri, quis, não quis, fiz, não fiz, chorei, olhei, amei, enfim, vivi...

E espero que você aí no futuro ainda tenha tempo para fazer ou não fazer várias coisas!

Desejo a você um feliz natal e um ano (seja lá qual for) muito bom e intenso!

Acredite, a vida é intensa! Mesmo nos momentos de silêncio, ela pulsa, grita, brilha e pede um pouco mais de tudo...

De um eu que já não é mais para um eu que não sei como será

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 23/12/2015
Reeditado em 23/12/2015
Código do texto: T5489045
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