Colheitas de 2013

Hey baby, não sou qualquer alguém.

De tempos em tempos eu preciso me mostrar e logo me esconder. Faço interpolação entre ausência e presença, mas sei que não se vive só de antíteses. Pra reter a atenção eu já me fiz de palhaço, de carente, de louco e de surreal. Já vali metade e dois de mim. Entre os seres, cada qual com sua técnica de estreitamento de relações.

Amo sorrisos. O corpo é só uma estrutura orgânica qualquer em transformação para se decompor. Sorrisos permanecem e se multiplicam. Se você não sorri ou não tem mais entusiasmo com a vida, não se preocupe. Ninguém desaprende nada por abster-se de tal coisa. Mas tenha cuidado e pena de si próprio quando chegar ao ponto em que não puder chorar por falta de sensibilidade.

Caso não saibas definir as saudades de algo que perdeu ou se perdeu, convença-se de que a tua própria personalidade, quando intacta, é o maior motivo de nostalgia. Não sendo fato, ao fim das contas, considere a gravidade do julgamento. Não faz mal algum tomar-se às vezes como imperfeito e parar de culpar o próximo. Mas não se iluda com o que se mostra irrecusável. Os falsos amigos, dinheiro e sonhos te dão asas para voar e uma corrente que se estende até onde você quer ir. Como expectadores, temos tanta gente "anciosa" com C e eu contemplando a minha "felisidade" com S, e com apenas 1 “S” pra deixar bem claro que não é completa.

Acredite em MIM e prestigie COMIGO: pronomes oblíquos tônicos me conquistam mais que adjetivos bons. Representam ligamento de seres e não bajulam. Mas preciso dos qualificadores, não os desprezo. Por exemplo, se eu disser: “Algumas semanas completas se passaram e nada mais passou. Todo o resto está e vai ficar imutável, atemporal e irreversível.”, tudo fica muito adjetivado e compõe bem o jogo de palavras e decepções.

Não deixe de buscar surpresas ao seu redor. Dito isso, acrescento que o que é físico muitas vezes destrói relacionamentos, pois o amor só deseja o abstrato! Vá contemplá-lo, o amor, em sua mais delicada atração.

Desacredito que hoje se é feliz e amanhã se está em tragédia. Não se deve fazer tamanha transição com as coisas da vida. É, também, erro achar que os dias são períodos completos, que são fases independentes. Você vem pro hoje com um montante de coisas mal resolvidas, vai pro amanhã levando quase todas. O hoje serve para fazer cessar o ritmo alto, a adrenalina que não é suficiente, o medo que já fez cansar. Na verdade, mais pausa que cessa. Mas é preciso do "hoje". O que tiver de ser mudado acontecerá. O que não puder, ainda espera o amanhã. De toda e qualquer forma, o amanhã também será o hoje, tão breve. Não custa esperar o tempo certo. E quando encontrar-se superior demais, não deve fazer nada além de tornar-se humilde. Ser excepcional não é acertar sempre senão poder contestar-se e corrigir-se antes que ousem fazê-lo por você. Mesmo no auge, ainda assim é possível evoluir. Caso contrário, prepare-se pra queda. É justamente nesse caso que se aplica a rima: tendência/decadência!!! Ainda há tempo pra mudar. Chegou a hora de desenhar a continuação com as cores que NÓS queremos usar.

Você, que vive sem preocupação com o roteiro excelente do amor, não tende a acertar em qualquer alvo que seja. Flechas e espinhos mal aprofundados não têm função plausível. Assim são as conquistas. Faça-as por completo. Não economize artifícios nem motivos!!! É caso de, sobretudo, satisfação, caráter e honra. Prepare-se porque vez ou outra os parceiros tornam-se pra nós os adversários. Não é nada muito além de testes que você pode prestar pra ver o quanto uma derrota pode te corroer ou te elevar inexplicavelmente.

Não me abstenho de deixar conselhos. As conquistas não pousam tão facilmente quanto a poeira. Algumas felicidades aparecem do outro lado da rua. Outras, portanto, são menos resistentes ao acaso: caminham vagarosamente à sua frente e você as pode alcançar. Então, por charme ou eventualidade banal, novamente dominam o caminho, se impõem mais para que você possa admirá-las melhor, resgatar os detalhes que passaram inquietos e revivê-los melhor em pensamento! Nota-se que o reservatório de satisfação do ser humano é cada vez mais parecido com um cofre: por mais que as moedas se repitam, devem ser inseridas. A vontade é não haver limite, não se cansa nunca de alimentá-lo e já não se vê ninguém se contentando com o fato de não precisar encher o ''cofre'' para ser vitorioso.

Faça-me um favor: aprenda com a rejeição e o descaso. Digamos que a perda será estupidamente grave se você não a aceitar. Por fim, em concessão, não alcançar o ápice torna cada experiência mais arriscada e agradável. Confie Que Não Há Luz Senão A Do Sol Ou A De Qualquer Outra Fonte Que Não Seja Você! Usar o simbolismo me agrada, mas não me acompanha. Não me considere alguém tão apelativo, que recorre a tantos e outros recursos. Não sou meio termo entre o calor e a instigação, vermelho e azul. É bom que deixem distintos e distanciados os lados sedutor e romântico. Estão em polos diferentes, agiriam juntos como uma solução apolar, heterogênea, que não agrada. Ambos têm suas características marcantes, mas o intuito de uso não pode ser unificado.

Mas nem tudo é brilho nem raiz. Infelizmente, o que você pode esperar de alguém que não suporta te ver de chinelos? Conotativamente, aquele que não tolera seus fracassos, a sua acolhida simples e sem decoro, sua face ao natural. Colocam-se alguns adornos e tudo estará resolvido, mas esse não será mais você. Mais um conselho, porque sou incansável: não abrir mão da simplicidade que te compõe; não a deixar escapar. Deixe partir o que é similar ao resíduo, pois as férias de quem é tão ausente só vêm a calhar: sugerem a nossa; por sensatez. Se você sempre inicia uma conversa e se vê, antes do fim, abandonado, repense. Não se pode deixar de considerá-la uma relação forçada, um "diálogo" em que você mesmo se responde várias vezes, mas nunca se pergunta: “PRECISO DISSO?”.

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ANÁLISE DO AUTOR:

# Resultado do trabalho:

* Contexto:

Lembro-me que tive breves inspirações em momentos de SAUDADE, PERDA, TRISTEZA, INDIGNAÇÃO, REVOLTA, PAIXÃO, CONTENTAMENTO, SUPERAÇÃO, AUTOCONHECIMENTO, ALEGRIA, REALIZAÇÃO e o que mais convinha àquela época, não sendo hoje tão claro na memória.

* Avaliação de qualidade:

Primeiramente, me desculpo se fui mais uma vez enigmático. Eu não pude “mudar” as palavras e representei exatamente o meu modo de escrever naquela época. Preferi não comprometer a fidelidade do relato, porque seria autotraição.

Os sentimentos estão todos transcritos, guardados no texto com sucesso. Parabenizo-me por isso, pois fui capaz de realizar o que havia planejado. Reconheço a falta de coesão entre alguns parágrafos, mas para resolver isso, teria que fazer muitos acréscimos, tornando o meu texto contemporâneo.

As adaptações realizadas para unificar as fontes foram de extrema importância. Não me baseei em nenhuma citação de outrem, apenas me podei e me acrescentei, na medida em que julguei necessário para prender o leitor.

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# Créditos:

* Canal:

Os textos foram retirados do Facebook, da minha linha do tempo em 2013.

* Estrutura:

Eram fragmentos de ideias e sensações dispostos como status no meu Feed de notícias. Conta-se com cerca de 30 contribuições de minha autoria que, cautelosamente correlacionadas, formam o trabalho “Colheitas de 2013”.

* Dedicatória:

Carta dedicada a mim, especialmente ao meu cérebro de amendoim que nada de pode guardar sozinho.

Extensivo aos bons e sábios leitores, principalmente os que apreciam o memorial.

Renadson Augusto
Enviado por Renadson Augusto em 05/02/2016
Reeditado em 16/02/2016
Código do texto: T5534635
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