DESTINO E SOLIDÃO...

Não percebi o tempo em tua face já cansada.

Como disse Machado; “na morte, só os ossos não emagrecem”.

Não consegui expressar meus sentimentos outrora, e também, agora.

Assumi aqui, diante de todos, porém, calado, o meu erro em não ter te amado como deveria.

Perdi você para o mundo, para todo o sempre, e nada mais me resta a não ser sofrer, pois agora, perdi você para a morte também.

É certo chorar? É certo lamentar tão lastimo destino em minha vida?

Ora, fui eu mesmo quem plantou tão árdua semente de erva daninha; fui eu mesmo quem a regou.

Perdoa-me eterna amada, que agora jaz em seu leito de morte.

Um punhado de terra e uma rosa é só o que posso te dar nesse momento.

E meu coração? Te daria também, se este não estivesse partido em milhares de pedaços. Te daria até mesmo o meu mundo, mas este também já não existe mais.

Vociferar eu vou, até a eternidade.

Talvez gritar, um grito em meio a tanto silêncio, em meio a tanto remorso, em meio a tanta paixão. Me amor!

Nem as lágrimas da minha infância, tão pura e inocente poderiam te trazer de volta. O que sou eu então?

Se existe um paraíso, certamente daqui a alguns instantes, tu estarás nele, com certeza. E não haverá mais lugar; nenhum lugar ao teu lado para este espírito manchado, habitar.

O meu destino é infernal. Sinto nas entranhas da carne o repuxar do abismo. Nunca, nunca mais nos veremos. Deus não há de permitir tão rara beleza, tão íntegro coração, nas mãos de alguém como Eu.

Agora...Sem a tua presença, me atirarei ao mundo, e nada mais!!!

O Guardião
Enviado por O Guardião em 06/07/2007
Reeditado em 06/06/2008
Código do texto: T554276