Senhor Editor,

   É hora de derrubarmos a máxima de que política, futebol e religião não se discute. Devemos discutir e muito, pois são temas que fazem parte do nosso dia a dia, influenciando multidões e movimentando muito dinheiro e interesses. Na verdade, a máxima tem por objetivo nos afastar do assunto, para que as velhas raposas oportunistas continuem com suas práticas, livres da impunidade.
   Na política, todos sabemos, impera o fisiologismo, o “é dando que se recebe”, unindo políticos de ideologias antagônicas, quando se trata de defender seus interesses. O povo, ora, o povo! O controle de que dispomos é o de quatro em quatro anos escolher quem vai nos representar por mais quatro!
  O futebol e o esporte em geral são um foco de corrupção. Quase todo dia, vem a público um escândalo envolvendo dirigentes, juízes, entidades, atletas, etc. E como existem cartolas corruptos! Sem querer fazer trocadilhos, é muita grana em jogo, sem nenhum tipo de controle da parte dos torcedores, que pagam a conta.
   Outro foco de corrupção se localiza nas religiões.Meu Deus! Jesus deve estar morrendo... Não na cruz, mas de vergonha. Como se ganha um dinheiro fácil em seu nome. Resultado: constantemente se cria uma nova seita. Charlatões, vigaristas, falsos profetas, curandeiros... Vendendo a salvação a incautos.
   Obviamente que há exceções nas três esferas. Mas como não misturar alhos com bugalhos? Como desembaralhar jogos de cartas marcadas? Como separar o joio do trigo?
   Por isso, nós, eleitores, torcedores e religiosos devemos exigir de nossos líderes, transparência.
   Pelo fim da política partidária, esportista e religiosa corrupta! Merecemos respeito.


 
J Estanislau Filho


Obs.: Esta carta foi publicada na extinta Revista Nacional em 1999 e no Jornal Estado de Minas em 25/07/2000. Houve avanços em termos de controle social. Ministério Público, Juizado de Pequenas Causas, Orçamento Participativo, Conferências temáticas, Código de Defesa do Consumidor, Portal da Transparência, Lei da Ficha Limpa, etc., mas ainda temos uma longa estrada a percorrer, para pôr fim à corrupção em todos os níveis.


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