Carta à minha amada.

Minha doce criatura,

lembraste-me quão tolo se é ao fugir das possibilidades da perda, da dor, do desencontro, do desamor enfim, que certamente acompanham os seus opostos durante os dias de festa no coração. Partiste-me a cabeça, metendo-lhe adentro a convicção de que nem mil calos dos anos são capazes de calar o sentimento que floresce novamente ao final de cada inverno, como na natureza, que é sábia por si só.

Se um dia, num distante porvir, tu lembrares o nosso tempo, é porque algo de bom restou, e me pago dessa esperança. Se, entretanto, nesse mesmo momento, eu estiver a teu lado, para ouvir de ti que tal tempo se arrastou até então, terei finalmente a certeza da "sorte de um amor tranqüilo".

Seja efêmero feito a duna, se tiver de ser... mas seja eterno na lembrança!...

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 10/07/2007
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T558642
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