Eu era idiota,ainda insistia.

Já fazia mais de um ano que publicava meus rascunhos inúteis no recanto.

Aqui era o meu "oásis",onde esquecia do inferno maldito que era a minha patética existência e me transportava para o meu mundo particular,onde eu não era desprezado,esquecido,onde eu não derramava lágrimas de tristeza nem de solidão.

Eu aprendi a amar este espaço.Sou sincero nas minhas palavras.

Quando me sentava em frente ao computador,era o único momento que me sentia humano.

Mas já não vejo mais razões para continuar a rascunhar.

Toda vez que abria a minha página ,eu,sinceramente,sentia um profundo desânimo,diante do "grande" número de leituras.

Sei que já disse isso,mas é a verdade.

No começo eu rascunhava pensando no número de leituras.

Queria atingir as 10000 leituras.Felizmente as atingi.

Mas não pensava exclusivamente nisso.Queria que as pessoas apreciassem o que eu rascunhava.

Mas nunca apreciaram e nunca apreciariam.

Eu poderia "fazer média",rascunhar palavras românticas,de amizade,mas fui autêntico,rascunhava apenas o que sentia.

E minhas palavras não eram nada bonitas.

Eram negras,melancólicas,lamentos de um'alma desprezada,despedaçada,que apenas chorava.

E as pessas não apreciam palavras assim.

E o preço que paguei pela minha autenticidade foi o completo desprezo.Pessoa alguma lia o que rascunhava.

Mas eu era idiota,ainda insistia.Pensava que,algum dia,apreciariam -nas.

Eu me enganava cada vez que ia para a frente do computador.

Eu quis me enganar.Quis me iludir que,pelo menos em alguma ,coisa eu era bom.

Que piada.

Acho melhor parar.

Deixar minhas palavras expostas para quê?Para não serem lidas?

Não,obrigado.

Se for assim,é melhor deixá-las apenas no caderno,de onde elas nunca deveriam ter saido.

Eu sentirei falta deste espaço,mas é melhor me retirar,pois aqui minha presença não é bem-vinda.

Como fui tolo em pensar que seria aceito entre tantas mentes brilhantes.

Foi apenas um sonho.

Devaneios de um idiota...