Para a Noite

Noite, me deste as estrelas, o vento gélido e refrescante, deste a paz oculta e a beleza da lua. Realizou minha escuridão e deste a mim a tranquilidade do mundo vazio, preenchido pelo ciclo da vida e a agitação dos seres noturnos, sempre me acompanhando à espreita.

Não se magoe, eles não sabem o que falam, ao lhe disserem ser a treva, pois é tão bela quanto as manhãs mornas do verão, e tão importante para suas criaturas quanto o sol a suas flores.

Seu encanto me preenche de sua misteriosa energia, me envolve em conhecimento por toda a magia cósmica, não me sinto só, e a agradeço. A admiro.

Ouço sua bela voz, sei que conhece meus anseios, e alimenta-me da esperança, da vida. E apenas posso, como agradecimento, divagar sobre ti, tua essência e majestade, pois meu sagrado oficio é escrever.

Entendo que seremos então julgados maus, pois eles temem o escuro, mas não os julguemos, assim seremos mais felizes mesmo contra todo tolo preconceito.

Sopre sobre mim então, o doce aroma do sono sereno, para que possa suportar a exagerada luz, e o burburinho dos que acham que sou um monstro. Que venha mais um sagrado dia e mais uma amável e divina noite de paz.

Amém.