Do exílio II
Olá, a quanto tempo não lhe escrevo! E por mais que nunca me responda, gostaria de continuar a lhe escrever.
Poderia dizer que muito compreendi ao contemplar as estrelas e sinto que venho me tornando novamente digno delas, e aos poucos volto a ouvir suas vozes. E isso muito significa, me torno novamente digno da poesia?!? E isso por sua vez diz que sou digno da própria vida.
Tenho me esforçado à carne e ossos, morrendo de fome e batalhando fortemente, mas não fraquejando. Vê? Estou indo com tudo o que tenho e o inimigo já vem recuando. Meu exílio talvez logo tenha fim. Espero que também esteja se esforçando, sei que está, pois és forte e de coragem inigualável!
Mal posso esperar pelo momento em que nos veremos. Me forço em esperança a crer que também sinta assim.
Meu pulso dói enquanto escrevo, e não mais que meu coração, mas nossa hora chegará e poderei olhar em seus olhos. Devo parar por agora, pois meu punho já não suporta mais.
Logo voltarei.
Ass. Exilado Poeta dos envenenados.