A VOCÊ, AMIGO!

Querido Amigo,

Meus dias têm sido atribulados. Por essa razão demoro tanto para responder suas mensagens tão ternas, que massageiam a minha alma, que me fazem sorrir com imensa ternura e me deixam ansiosa para lhe responder, não o fazendo, simplesmente, em decorrência do fator tempo, esse tão antagônico amigo que, se é a nossa solução para tantas coisas que dependem exclusivamente dele para minimizarem, calarem, cicatrizarem, se resolverem, serem atingidas, é, também, o nosso problema quando queremos ou necessitamos fazer algo que depende dele e não conseguimos.

Claro que muitas vezes ele não é o culpado, pois sabemos que nós podemos criar o tempo, torná-lo maior, esticá-lo ao máximo em nosso benefício, mas algumas vezes também encontramos outros fatores que se portam como seu inimigo, e esses fatores estão dentro de nós e ninguém, por mais que queira, poderá interferir, senão nós mesmos.

Alguns deles eu até posso mencionar agora, pois gritam na minha mente me culpando. Um deles é a emoção, essa bichinha danada que arranca lágrimas dos nossos olhos e nos faz perder as palavras ou esquecê-las. Outro, é essa vontade de falar um mundo de coisas que nem sempre sabemos se devemos falar, mas que, por nos conhecermos, nos vimos forçados a aguardar um momento mais oportuno, com mais tempo (olha ele aí), para podermos nos estender, deixando a alma cantar tudo que tem vontade e demonstrar o que estamos sentindo enquanto escrevemos.

Com toda certeza tenho sido vítima de todos esses fatores e, por essa razão, somente agora estou lhe escrevendo. Vítima sim, porque eu fui a prejudicada ao deixar de lhe escrever. Não o fazendo, lembrei inúmeras vezes de você, ansiosa que estava por lhe agradecer as lindas palavras, as lindas flores, os votos de um feliz fim de semana sob o efeito do perfume dos botões de rosa que sempre me envia.

Vítima, também, porque não lhe escrevendo deixei de ouvi-lo mais uma vez, com essas palavras que emocionam, que incentivam, que me dão a sensação de que vale, muito mais do que eu imaginava, escrever, pois é através do que a minha alma canta em versos ou prosa que tenho a possibilidade de conhecer gente como você.

Obrigada, meu doce e querido amigo, do fundo do coração. Talvez você não possa avaliar o quanto as suas palavras me fazem bem, o quanto me faz bem receber as suas mensagens.

Mas, confio, o tempo, aquele nosso tão antagônico amigo, lhe dará a certeza de que não foi por acaso que você veio me visitar aqui neste meu cantinho, neste momento, tampouco foi por acaso que os meus escritos foram lidos pelos seus olhos e pela sua alma.

Você não imagina o tamanho do seu engano quando julga que as suas palavras possam ser pobres!

Elas valem uma fortuna! Calam no fundo da minha alma, me fazem sorrir com doçura, aquele sorriso que a gente sente que vem de lá do fundo, afastando todos os tropeços, todos os obstáculos que porventura tentam se colocar à sua frente, porque ele vem com ternura imensa mas eivado da força que somente a emoção e o bem querer são capazes de determinar.

Use suas palavras pobres que me enriquecem, que me dão alegria, satisfação, orgulho de me saber fazendo parte de um cadinho do seu tempo, do seu carinho e da sua atenção.

Não, não sou eu a portadora da inteligência que você tantas vezes menciona, mas, sim, você, que tem um coração fantástico, uma alma pura, tão pura que consegue ler e enxergar o que vai no imo do que escrevo. Sua alma lê a minha e ao me contar isso, você permite à minha que também leia a sua.

E isso nos deixa ricos ao extremo, porque essas são as maiores riquezas que possuímos: a sensibilidade, a verdade. a sinceridade, o espírito lúcido e aberto, o amor, o carinho, a fraternidade, a amizade.

Um beijo no seu coração e que Deus o proteja muito e sempre, abençoando-o e iluminando essa sua alma linda, poética, humana.

Mais uma vez, muito obrigada!

Ivone

IVONE CARVALHO
Enviado por IVONE CARVALHO em 20/07/2007
Código do texto: T572817