Á Bruna e Brenda Galdino

Filhas,

Escrevo a vocês dada a atual situação na qual se encontra o nosso país, vocês ainda não tem como compreender o que escrevo por conta da idade, porque também não sabem ler, apesar de muita gente ter idade suficiente para compreender, e sabe ler, mas não enxergam o abismo no qual mergulham nossa pátria.

Escrevo e é com bastante tristeza que vejo, assisto, e tenho ciência do golpe que está sendo aplicado em nossa democracia, um golpe de estado contra uma mulher, a primeira mulher presidenta eleita pela vontade soberana do povo brasileiro.

Eu não sou filiado a partidos políticos até o momento, mas não descarto essa possibilidade, não ganhei dinheiro de ninguém para escrever o que estou escrevendo, mas filhas, gostaria muito que soubessem de que lado o seu pai esteve, de que lado da história eu lutei, e defendi e disso tenho muito orgulho, pois sei, acredito ser o lado certo.

O lado que estou,é o lado que diminui desigualdades, que ouviu pessoas, promoveu justiça social, e que melhorou a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, dos mais pobres e das minorias.

Os golpistas são conservadores, elitistas, brancos, homofóbicos que não suportam um governo que abriu as portas das universidades para negros, pobres, um governo que permitiu que um pobre viajasse de avião, que o filho do cortador de cana torne-se um doutor estudando na mesma universidade do filho do engenheiro.

Filhas uma minoria, por interesses próprios, de grupos empresariais e elites, midiáticos, retiram do poder uma mulher digna, honesta e que lutou contra a ditadura e a gora contra o golpe, gostaria que vocês se mirassem no exemplo dela como assim foi avó Judite, uma guerreira.

Os que Julgam essa mulher não tem legitimidade, e o fazem sabendo que não há crime cometido e por tanto não há razão para retirá-la de seu mandato, mas assim o fazem disfarçando um golpe, cumprindo-se um rito.

Filhas, eu chorei….pois é uma injustiça! uma injustiça!

Mas tenho a consciência tranquila de ter ido as ruas, ter lutado do lado certo.

de seu pai

Carlos Galdino.

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