Carta à Esperança

Rio de Janeiro RJ, 15 de setembro de 2016.

Querida amiga,

Há tempos não nos falamos direito, não é mesmo? Te vi de relance por 2 vezes esses dias e decidi escrever-lhe.

Tu passavas exatamente no momento em que conversava com uma menina muito doce; aquela que reclamou das espinhas do lado direito da face e que me confidenciou com o olhar que usaria a sua vida para melhorar (ou curar) a vida de outras gentes, lembra?

Vai ser médica ela, babado.

Te vi também acenando pela janela enquanto ouvia as histórias de vida de um senhor extremamente gentil que trabalha no meu curso; aquele que, depois de tudo que já viveu, ainda consegue perceber o lado bom das pessoas, sabe?

Pois bem, só vim dizer que me sinto bem quando você aparece.

É um pouco frio aqui fora sem ti (e escuro também).

Vim também pedir para que não me conferisse exclusividade.

Sei que andas ocupada; mas, menina, tu não faz idéia do quão amedrontador é o mundo sem você.

As pessoas choram, se magoam, desistem, se matam; tudo porque não conseguem te encontrar.

Dá um oizinho pra humanidade, por favor.

Por fim, peço perdão se me alonguei, moça. É que eu estava com saudade.

Aliás, à saudade eu escrevo depois.

Do seu velho amigo (e admirador)