Atestada, agora, doença.
Venho por meio desta lhe dizer que tenho estado doente. Dói-me tudo, sobretudo a vida. Afastando qualquer possível lirismo da asserção, repito: tenho estado, de fato, doente. Meu corpo se recusa a dormir mais que seis horas; meu coração se recusa a desacelerar; meu pensamento, em tê-la à sua porta. Há de ser doença; estou verdadeiramente doente.
Pergunto-me pelo sentido, sentido não sei de que, disto de estar indisposto, suponho. Pois é como defino: estar doente é estar indisposto. Amar é uma peculiaridade de estar indisposto; amor, é doença.
Sinta-se à vontade, principalmente para aceitar a hipótese de acima - pois não passa disso, de uma hipótese. Se aceitas, então a amo, verdadeiramente a amo; se não, estarei, claro está, apenas doente. Seja como for, indifere. Seja como for, estou doente.