Ás favas com Sigmund
Saio daí com os olhos marejados. interessante o termo e só agora me dou conta de que chama-se assim porque deriva de mar, águas salgadas.
Que vida é essa que como já cantou Raul Seixas..."Mas é que tudo acaba onde começou"...?
Saio daí sabendo que nosso encontro por hoje terminou, e te carrego tão dentro que, mesmo se me rasgassem a carne do princípio ao fim, ainda assim não te encontrariam.
Eu vou não querendo ir. Me dói ouví-lo dizer que outros amores são possíveis!
Há de ter sobrado em mim algum encanto, alguma ternura para impedir que eu me entregue dizendo: Basta-me respeito e consideração, vem para minha cama, homem de lata e possui minha carne como se nada fosse.
Eu preciso querer mais, preciso merecer mais...Sou uma mulher!
Vejo o sol nascendo entre nós e necessito valer-me do máximo de lisura e bom senso para não atirar-me a teus pés dizendo: Eu te amo! não vês???
Ajuda, mostre ao menos que estou enganada, me faça ver que não és esse anjo dotado da mágica de saber-me toda.
Teu nome ecoa em meus ouvidos á noite, me debato entre fantasia e realidade para adormecer enfim exausta de tanto querer.
Seus olhos, cabelos, dedos, certezas e medos me atraem absurdamente, a ponto de eu não querer ver-te nunca mais para que morra esse monstro em mim.
Dragão vencido com a espada na garganta.
Amor transferencial? Às favas com Sigmund!
É real.
É real.
É real.
Você é minha última chance de ser feliz em vida. Depois eu juro, me entrego e morro contente nas mãos do homem de lata. (se ele me quiser, é claro).