dia nº 7039

hoje entendo e sinto...

o que enfim queremos fazer de nossas vidas? um parque de diversões, um sex-shop, ou algo do tipo “eu não to nem aí pra você, quero que se foda”. é assim que as coisas parecem funcionar.

é difícil, realmente, encarar a verdade.

se existe alguém que sinceramente se interessa pelo que sinto, penso e falo... bem..., eu ainda não a conheço. eu sei, eu dificulto um pouco as coisas, mas na verdade esse não é o verdadeiro valor de um sentimento? a perseverança, a resistência, o “real-querer”, o “dar” sem espera de troco, sei lá?

o que há de errado com sua palavra, será que você entrou nessa para provar pra todos que você é realmente capaz? algo que faça sua estima ressurgir, tentar me agradar, me conquistar, mas palavras não me conquistam mais, provas inseguras não me fascinam mais, a verdade é que não sinto mais o gosto da vida. eu quero apenas uma resposta simples...

se você for capaz de me entender, de realmente se interessar pelo que sinto, desejo, procuro, vejo e transmito, você será a pessoa a qual confiarei minha vida, como amigo, como esposa, como mãe, pai, filha ou tio.

mas se tudo isso não passar de uma prova de superação pra você, pra mim, ou pra quem quer que seja, acho melhor esquecermos tudo em que se tornou essa vida, talvez ninguém nem sequer entenda tudo isso escrito nesse pedaço de papel, talvez você esteja agora sentado com seus “amigos”, segurando isto na sua mão esquerda e acendendo o isqueiro com sua mão direita, rindo junto com eles, pois na verdade (pra você) eles realmente te fazem felizes.

não quero canalizar suas ações a meu favor, quero apenas que conheça o que realmente sou: sou dor, sou espera, sou solidão, sou decepção, sou um câncer, mas tem algo de bom em mim, esperando uma pessoa que possa quebrar essa minha barreira, atravessar essa minha muralha, sobrevoar sobre esse meu mar de fogo, para encontrar-me junto ao meu paraíso, e com essa pessoa compartilharei desse paraíso. sou muito mais que palavras duras, sou frágil, e estou muito mal com tudo isso.

às vezes eu não trato devidamente as pessoas ou ocasiões, principalmente de um tempo pra cá, ando meio desligado comigo. espero que alguém também possa entender isso.

alguns parágrafos são meus, outros são de outro eu, e no fim de tudo eu não sei bem quem escreve tudo por aqui: o tímido ou extrovertido, o frágil ou o que está sempre de bem com a vida, o dono de sua própria vida ou o cara que nunca conseguiu se virar sozinho. e desse tempo pra cá, esse outro cara brotou em mim, e eu nunca sei quando eu sou ele, ou quando sou eu mesmo, na verdade não sei mais nem quem realmente sou.

quero apenas compreensão, e quem se aventurar a me ofertar isso, sofrerá, até o momento em que realmente conseguir me dar essa compreensão, por que a vida se tornou um jogo de mentiras e traições fúteis e sem nexo algum, e aquele mundo utópico que eu tinha se transformou no que eu mais temia - passou de utopia para vida real. não confio meus desejos, sentimentos ou sonhos, a partir de agora, pra mais ninguém, a não ser que eu tenha a sua compreensão em troca.

agora me resta continuar minha vida de dor, espera, solidão, decepção e câncer até encontrar o verdadeiro sentimento, que não sirva apenas como prova de algo que se tenha obrigação de fazer, mas que nos faça bem e nos agrade como um sonho bom, onde a última palavra gere sempre outra última palavra, onde o sabor do último beijo seja desfrutado em todas as manhãs, eu quero ser feliz!

d’jferson silva araújo