UMA CARTA A UMA PRINCESA CAMPONESA

A pele clara que ganhaste do luar prata...

Cor dos seus olhos ...que talvez foi inseminação das abelhas que te doou o brilho do mel das flores das laranjeiras.

A curva dos seus lábios que gostaria de surfar com os meus,

As mesmas coisas que gostamos... a casa de madeira avarandada com muitas flores campais e a bela primavera na entrada do átrio,

Quando acreditamos que podíamos mergulhar um nos olhos do outro e caminharmos até o lago abandonado por todos e dizer:

Agora podemos nos afogar em nossos beijos.

Só nós fomos culpados, e não podemos culpar ninguém por tudo que aconteceu.

Na tela do pintor minha alma vai se perdendo na moça de frente a floricultura,com sua bicicleta com buque de flores do campo.

Estou doente , meu psiquiatra quer me internar,depressão profunda...sentimentos de meus pais , minha irmãzinha que eu declaro que não quero esquecer , eramos simples pobres , mais meus pais era um veleiro que sempre o luau dos corações deles era todo nosso amor. Tenho que ficar por aqui, não sei em que tempo vivo mais, perdoa-me se puder.

Vou vivendo de ventos e velas em navio pirata amor, sem rumo, verdadeiramente sem rumo. Desculpe meus deslizes e falta de atenção a você, sei tão pouco de você , mas trago sua alma dentro de mim todas as manhãs que os ventos te beija.

Você é tão jovem, e como premio do meu silêncio vou me esquecendo em uma flor, pois nela não há dor.Vou ficando por aqui.

Desejando que seus caminhos sejam guiados por anjos.

Espero que não se preocupe mais com meu silêncio,talvez um dia ele traga você pra perto de minha alma.

E talvez um dia, uma tela em branco te de um poema de minha vida...uma pintura intima.

O verdadeiro amor fala manso.

Beijos em sua alma lírica e bela.

Joseph Schiavinotti